Zelensky quer apoio para evitar acordo desvantajoso com Rússia
- 09/12/2025
"Claramente não queremos abdicar de nada", mesmo que "os norte-americanos estejam hoje a procurar um acordo, para ser bem honesto", afirmou Zelensky, respondendo a perguntas de jornalistas num 'chat' na rede social WhatsApp, na segunda-feira à noite, reafirmando a sua recusa em ceder qualquer território.
"Sem dúvida, a Rússia insiste em que cedamos territórios. De acordo com a lei, não temos esse direito. De acordo com a lei da Ucrânia, a nossa Constituição, o direito internacional e, para ser franco, também não temos esse direito moral", referiu.
O presidente ucraniano reuniu-se na manhã de hoje com Leão XIV em Castel Gandolfo, uma das residências do Papa nos arredores de Roma, e deverá conversar com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, mais tarde.
Na segunda-feira, Zelensky esteve numa reunião em Londres com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Friedrich Merz, para reforçar a posição de apoio dos europeus à Ucrânia, enquanto cresce a impaciência do presidente dos EUA, Donald Trump, para a assinatura de um acordo de paz com a Rússia.
Os negociadores dos Estados Unidos e da Ucrânia concluíram três dias de conversações no sábado, com o objetivo de tentar reduzir as divergências sobre a proposta de paz do Governo norte-americano.
Um dos principais pontos de discórdia no plano é a sugestão de que Kiev ceda o controlo da região do Donbass, no leste da Ucrânia, à Rússia, que ocupa ilegalmente a maior parte, mas não a totalidade do território. A Ucrânia e os seus aliados europeus têm resistido firmemente à ideia de entregar terras.
Numa conversa com os jornalistas na noite de domingo, Trump pareceu frustrado com Zelensky, alegando que o líder ucraniano "ainda não havia lido a proposta".
Trump tem tido uma relação instável com Zelensky desde que iniciou o seu segundo mandato na Casa Branca, insistindo que a guerra foi um desperdício do dinheiro dos contribuintes norte-americanos. Trump tem também apelado repetidamente aos ucranianos a cederem terras à Rússia para colocar fim ao conflito de quase quatro anos.
Zelensky disse na segunda-feira que Trump "quer certamente acabar com a guerra".
"Certamente, tem a sua própria visão. Vivemos aqui, a partir de dentro vemos detalhes e nuances, percebemos tudo muito mais profundamente, porque esta é a nossa pátria", argumentou.
O presidente ucraniano afirmou que o atual plano de paz dos Estados Unidos difere das versões anteriores por ter agora 20 pontos, em vez de 28, após a remoção de alguns "pontos obviamente anti-ucranianos".
Os líderes europeus estão a trabalhar para garantir que qualquer cessar-fogo é apoiado por sólidas garantias de segurança tanto da Europa como dos Estados Unidos à Ucrânia, para dissuadir a Rússia de novos ataques. Trump não ofereceu garantias explícitas publicamente.
A Força Aérea ucraniana afirmou que a Rússia disparou 110 drones de diversos tipos em todo o país na noite passada. Segundo os militares, as defesas aéreas neutralizaram 84 drones e outros 24 atingiram os seus alvos. Diversas regiões da Ucrânia enfrentaram apagões de emergência hoje devido a ataques anteriores da Rússia à infraestrutura energética, de acordo com a operadora nacional de energia da Ucrânia, Ukrenergo.
As defesas aéreas russas destruíram 121 drones ucranianos durante a noite passada sobre várias regiões russas e a Crimeia ocupada, informou hoje o Ministério da Defesa russo. Na Chuvashia, uma região a cerca de 900 quilómetros a nordeste da fronteira com a Ucrânia, o ataque danificou edifícios residenciais e feriu nove pessoas, disse o governador local, Oleg Nikolayev, num comunicado.
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