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Xanana Gusmão em Jacarta para ronda negocial sobre fronteiras marítimas
- 06/12/2025
"Vamos agora iniciar, é a segunda ronda, mas vamos realmente iniciar e não será uma reunião e vai necessitar mais reuniões. Não posso falar de tudo, na medida em que há várias opções a tomar pela lei internacional e vamos discutir o que é mais conveniente para nós", afirmou Xanana Gusmão, quando questionado pela Lusa sobre o assunto .
Segundo o chefe do Governo timorense, as discussões vão decorrer entre segunda-feira e quarta-feira.
"O importante é demarcarmos a fronteira, sobretudo na parte sul, para controlarmos melhor os nossos recursos de pesca", salientou.
O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, esteve, em setembro, em Londres, Inglaterra, para realizar encontros com peritos e a equipa jurídica sobre a questão das fronteiras terrestres e marítimas.
Timor-Leste deu início, em agosto, à primeira ronda formal de negociações da fronteira marítima com a Indonésia, após mais de uma década de diálogo informal, encontros exploratórios e trocas de informação técnica.
A fronteira terrestre entre os dois países ainda não está concluída, faltando delimitar um pequeno trecho em Naktuka, no enclave timorense de Oecussi, no lado indonésio da ilha de Timor.
Em 2024, a comunidade de Naktuka denunciou que lhes foram retirados 270 hectares de terra arável timorense, que passou para a Indonésia, sem serem consultados pela equipa técnica.
Aquela comunidade admite não entregar as terras à Indonésia, explicando que aquela zona pertencia a Portugal antes da ocupação indonésia, em 1975, devido a um tratado assinado entre portugueses e holandeses em 1914.
Questionado pela Lusa sobre se a discussão da fronteira marítima a norte está condicionada pela resolução do problema em Naktuka, o primeiro-ministro disse que não.
Xanana Gusmão explicou que antes a Indonésia condicionava as discussões à resolução daquele trecho porque a lei internacional refere que a "terra comanda o mar".
Mas, salientou o primeiro-ministro, a fronteira marítima da costa norte não tem ligação nenhuma com a fronteira marítima da costa sul.
Depois, acrescentou, na sequência da tomada de posse do Presidente indonésio, Prabowo Subianto, houve uma conversa sobre o assunto, Timor-Leste foi insistindo e "de repente veio uma delegação" a Timor-Leste" para se falar da fronteira marítima.
Timor-Leste alcançou em março de 2018 um acordo com a Austrália, assinado na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, na presença do secretário-geral António Guterres, que estabeleceu as fronteiras marítimas entre os dois países no Mar de Timor.
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