William Gomes mete 'binóculos' e FC Porto já assusta bicampeão Sporting
- 31/08/2025
O FC Porto isolou-se na liderança da I Liga, este sábado, ao derrotar o Sporting (1-2), no Estádio José Alvalade, num cenário (radicalmente?) invertido ao Clássico disputado há um ano, igualmente na quarta jornada.
A verdade é que Francesco Farioli levou a melhor no primeiro confronto com Rui Borges, 'quentinho' do início ao fim, com várias ocasiões de golo para ambos os lados. O primeiro tempo só 'pecou' por não ter golos e, por essa altura, até foi Rui Silva a ter de se aplicar mais vezes do que Diogo Costa.
As coisas mudaram no arranque do segundo tempo, quando o conjunto de Rui Borges chegou a estar completamente por cima. Bastou uma 'onda' contra a corrente para mudar a maré dos acontecimentos. Aí, uns bons marinheiros usaram 'binóculos' para navegarem sem grandes percalços. Como? Há três minutos 'diabólicos' bastante elucidativos.
Embalado pelo 'dedo' do treinador italiano, recém-chegado ao futebol português, o FC Porto 'faturou' na primeira aproximação de perigo desde o intervalo, com Alberto Costa a assistir Luuk de Jong para o primeiro golo do encontro (61'), mas a história não ficaria por aí. Pouco depois, William Gomes tirou um 'coelho da cartola' e rubricou um autêntico golaço (64'). Ambos os golos geraram confusão fruto dos festejos que se fizeram sentir, ao ponto de vidros partidos no setor visitante terem atingido adeptos sportinguistas nas bancadas.
Grande parte dos cerca de 50 mil adeptos presentes em Alvalade ainda tentou 'empurrar' o Sporting para a glória, mas o máximo que os leões conseguiram fazer foi reduzir, por via de uma infelicidade de Nehuén Pérez (74'), a marcar na própria baliza. O 'forcing' na reta final não foi, por isso, suficiente para impedir aquela que foi a primeira derrota de Rui Borges no campeonato, desde que trocou o Vitória SC pelo Sporting.
Contas feitas, o FC Porto lidera isoladamente com 12 pontos em 12 possíveis, enquanto o Sporting surge em terceiro lugar, com nove, tantos como o Moreirense, sendo que ambos surgem também atrás do Famalicão (10). É caso para dizer que, no 'reino' do bicampeão, os 'binóculos' da liderança foram mesmo parar às mãos do rival.
Vamos então às notas da partida:
Figura
William Gomes está a aproveitar da melhor forma a (inesperada) lesão de Pepê e, à segunda titularidade consecutiva, somou o seu segundo golo na nova temporada - e logo com um golaço a não dar hipóteses a Rui Silva, com direito uma celebração com 'binóculos'. Antes disso, o avançado brasileiro já havia assustado a baliza leonina e, pese embora algumas bolas perdidas, destronou vários adversários nos duelos individuais.
Surpresa
Luuk de Jong repetiu a titularidade do jogo frente ao Casa Pia (4-0) e, só por aí, já surpreendeu, uma vez que o recuperado Samu Aghehowa arrancou a partida do banco. É verdade que nem sempre acertou no capítulo do passe e ainda registou vários duelos perdidos, mas a verdade é que o ponta de lança neerlandês 'faturou' na primeira ocasião - e esse instinto 'matador', sobretudo em Clássicos desta dimensão, tem outro peso.
Desilusão
Iván Fresneda somou o quinto jogo da época a entrar de início, mas esta terá sido a sua exibição mais apagada. Sem fulgor ofensivo na primeira parte, o defesa-direito acumulou algumas perdas de bola e, apesar das correções no balneário, as coisas viriam a 'dar para o torto'. O espanhol perdeu Luuk de Jong de vista e acabou por acusar 'culpa' no golo inaugural, acabando por ser prontamente substituído por Georgios Vagiannidis.
Treinadores
Rui Borges apenas fez uma alteração à equipa titular apresentada frente ao Nacional (1-4), com a entrada de Giorgi Kochorashvili para o lugar do lesionado Hidemasa Morita. A ideia de jogo em nada mudou, mas o Sporting só se podia queixar da falta de pontaria, até que, em cenário de desvantagem, o treinador ex-Vitória SC foi utilizando as 'cartas' que tinha no banco. Todas acrescentaram algo, mas nenhuma evitou a sua primeira derrota na I Liga.
Francesco Farioli mostrou o motivo pelo qual está habituado a ganhar Clássicos e, exceção feita aos primeiros dez minutos do segundo tempo, colocou o FC Porto a fazer lembrar os 'velhos tempos', sempre de olhos postos na baliza do seu rival. As substituições no pior período foram, talvez, a chave para o que sucedeu a seguir, mostrando precisamente o 'dedo' do italiano naqueles três minutos 'diabólicos', que culminaram nos golos dos dragões.
Árbitro
João Gonçalves entrou no mundo dos Clássicos e, para uma estreia, protagonizou uma arbitragem bastante segura. Desde cedo, o árbitro de 33 anos impôs-se do ponto de vista disciplinar, com quatro cartões amarelos na primeira parte (e outros quatro na segunda), sendo que o lance de maior dúvida aconteceu à beira do intervalo, quando Geny Catamo ficou a reclamar falta de Francisco Moura na grande área - o VAR mandou seguir.
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