"Urgente". Israel anuncia ataques no sul do Líbano e apela a evacuações
- 04/12/2025
As forças israelitas vão "atacar em breve infraestruturas terroristas do Hezbollah em todo o sul do Líbano, a fim de contrariar as suas tentativas ilegais de restabelecer atividades na região", anunciou o coronel Avichay Adraee, porta-voz do exército israelita para o público árabe.
Numa "mensagem urgente" em árabe, o coronel Adraee assinala, com recurso a mapas, dois edifícios nas aldeias de Jbaa e Mahrouna, dos quais pede que os habitantes se afastem por pelo menos 300 metros.
O anúncio surge um dia depois de um encontro entre responsáveis civis libaneses e israelitas, numa reunião do organismo de supervisão do cessar-fogo que entrou em vigor há um ano, apresentada como as primeiras discussões diretas em mais de 40 anos entre os dois países, que continuam tecnicamente em estado de guerra.
A este propósito, o primeiro-ministro libanês, Nawaf Salam, frisou que as reuniões não constituem negociações "políticas" de paz, como afirmou o homólogo israelita, Benjamin Netanyahu.
Na quarta-feira, numa conferência de imprensa, Salam declarou estar aberto à possibilidade de que os participantes no mecanismo -- ONU, Estados Unidos e França - "verifiquem" o desarmamento do Hezbollah pelo Exército libanês no sul do país, numa altura em que Israel acusa a formação pró-iraniana de se voltar a armar.
Estas reuniões visam alcançar "a cessação das hostilidades, a retirada total israelita" do território libanês e "a libertação dos reféns libaneses", tal como ficou definido no cessar-fogo alcançado há pouco mais de um ano no Líbano, supervisionado pela Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL), sublinhou Salam.
"As relações económicas surgirão apenas no fim do processo de normalização, que deverá acontecer depois da paz", explicou o primeiro-ministro libanês que salientou que o Líbano continua vinculado à iniciativa árabe de paz de 2002 e não tem intenção de concluir uma paz separada com Israel.
Apesar das palavras de Salam, Israel considerou positiva a "atmosfera" das conversas diretas com o Líbano, mas frisou que o desarmamento do Hezbollah é "essencial".
Quarta-feira de manhã, o Governo israelita indicou ter mantido as primeiras conversações diretas com representantes civis do Líbano em mais de 40 anos.
"O encontro no Líbano é uma tentativa inicial de estabelecer as bases para uma relação bilateral e para a cooperação económica entre Israel e o Líbano. É um avanço histórico", declarou a porta-voz do Executivo israelita, Shosh Bedrosian, numa conferência de imprensa.
Para Bedrosian, o "encontro direto" ocorreu, "sem sombra de dúvida", graças aos "esforços" do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para "alterar a situação no Médio Oriente".
O cessar-fogo, alcançado após meses de combates na sequência dos ataques perpetrados pelo Hamas a 07 de outubro de 2023, previa que tanto Israel como o Hezbollah retirassem os seus efetivos do sul do Líbano.
Porém, o Exército israelita manteve cinco posições no território do país vizinho, situação igualmente criticada pelas autoridades libanesas e pelo grupo xiita, que exigem o fim desse destacamento.
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