Treino nas Filipinas? Atiradores de Sydney ficaram um mês (eis como foi)
- 19/12/2025
Sajid e Naveed Akram, pai e filho que levaram a cabo um tiroteio em Sydney, passaram um mês nas Filipinas antes de seguirem para a Austrália, onde tiraram a vida a 15 pessoas. Há suspeitas de que estes dois homens possam ter tido treino militar nas Filipinas.
De acordo com a CNN Internacional, Sajid, de 50 anos, e Akram, de 24, reservaram um hotel em Davao, na ilha de Mindanau, a 1 de novembro. A reserva foi inicialmente feita para oito dias, mas, passada essa semana, acabaram por prolongar a estadia até 28 de novembro, pagando em dinheiro.
Educados e sem proibir entrada no quarto
Um dos funcionários do hotel, identificado como Jun, contou à publicação qual era a dinâmica da dupla, explicando que eram muito educados e respeitadores para com os funcionários. Durante o mês que estiveram no estabelecimento hoteleiro falaram sempre aos funcionários, dizendo sempre "bom dia, boa tarde, boa noite".
Segundo explicou o funcionário em causa, nunca tentaram impedir que estes entrassem no quarto. Tal como acontecia com outros clientes, entravam todos os dias no quarto e nunca avistaram nada que achassem estranho. Havia, segundo conta Jun, sacos da Jollibee, a cadeia de fast-food filipina. Sajid, que morreu, e Naveed, que ficou em estado grave, saíam todos os dias durante cerca de uma hora e nunca receberam visitas.
Conta Jun que só reconheceu a dupla quando viu as imagens do ataque na praia de Bondi. A única diferença é que Naveed tinha o cabelo mais curto do que no mês anterior, quando esteve instalado no hotel.
Treino militar? "Não há indícios"
Já no início desta semana, a ABC noticiou que a equipa de contraterrorismo australiana acreditava que os homens tinham recebido treino militar durante a sua passagem pelas Filipinas. Já as autoridades deste país disseram que não havia provas de que os suspeitos tivessem recebido qualquer treino militar na região, mas que estavam a cooperar com as autoridades australianas.
Segundo a CNN Internacional, o sul da ilha filipina onde a dupla esteve não é um destino particularmente popular para o turismo, dada o seu passado relacionado com o extremismo islâmico.
Especialistas ouvidos pela publicação notaram que, apesar de o terrorismo nas Filipinas ter diminuído nos últimos anos, muitos grupos militantes islâmicos continuam ativos e armados em regiões mais remotas – estando também dispostos a treinar estrangeiros que vão até esta região do globo.
Depois de o assunto ter vindo a público pela ABC na Austrália, o conselheiro de Segurança Nacional das Filipinas Eduardo Ano disse, citado pela Associated Press, que "não havia indícios de que a dupla tinha tido esses treinos".
Eduardo Ano contestou ainda a classificação da região como um local de violência extremista, dizendo que isso eram ideias "ultrapassadas" e "enganosas".
A zona foi, durante décadas, palco de confrontos entre as autoridades e residentes separatistas, tendo havido acusações de violação de direitos humanos de ambas as partes. Ainda em 2017, o país foi surpreendido quando grupos como Abu Sayyf e Maute, este último que declarou lealdade ao Daesh, ocuparam Marawi, a maior cidade de maioria muçulmana no país.
Naveed Akram, ainda hospitalizado, foi acusado de 59 crimes, incluindo 15 acusações de homicídio.
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