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Tragédias com ascensores são raras, mas já aconteceram. Recorde duas
- 05/09/2025
Tragédias com ascensores, como a que aconteceu na passada quarta-feira, com o icónico Elevador da Glória, em Lisboa, são raras, pelo menos nas últimas décadas, mas já aconteceram.
Um dos acidentes mais mortais com este tipo de composições ocorreu há 14 anos, no Brasil, com o famoso "bondinho de Santa Teresa", no Rio de Janeiro.
De acordo com o jornal brasileiro G1, tudo aconteceu no dia 27 de agosto de 2011. O "bonde sobrelotado e sem freios descia a Rua Joaquim Murtinho, em Santa Teresa, a alta velocidade" quando, "descontrolado", saiu dos carris, derrubou um poste e tombou.
Seis pessoas morreram e 57 ficaram feridas, entre as quais um português. Até hoje, ninguém foi preso ou nem sequer responsabilizado pela tragédia.
O mesmo site revela que, na altura, para os moradores da zona, o acidente não foi uma surpresa.
A investigação revelou até que, em vez de parafusos, um dos mecanismos de travagem estava preso por arame. O sindicato dos maquinistas já tinha alertado para problemas técnicos do elétrico que, tal como o Elevador da Glória, era centenário.
Além disso, a composição viajavam sempre, segundo os locais, "sobrelotada", tal como ocorreu no dia do acidente.
155 mortos nos Alpes austríacos
Um dos mais trágicos acidentes com funiculares aconteceu, contudo, em Kaprun, nos Alpes austríacos, há 25 anos, a 11 de novembro de 2000.
Uma composição, alvo de inspeções frequentes e com materiais à prova de fogo, incendiou-se devido a uma falha no sistema de aquecimento instalado ilegalmente.
Segundo os meios de comunicação social austríacos, a carruagem incendiou-se e parou dentro de um túnel de mais de três quilómetros e as portas elétricas fecharam. 155 pessoas morreram. Só 12 conseguiram escapar.
Alguns dos passageiros ainda tentaram fugir para o cimo do túnel, mas por causa do incêndio, mas acabaram por morrer devido ao fumo tóxico. Ficou provado que não havia áreas de refúgio, em caso de acidente, nem um túnel paralelo para resgate, o que terá contribuído para o trágico número de mortos.
Cinco anos depois do acidente, a justiça ilibou os acusados de negligência, responsáveis da empresa que explorava o funicular, assim como funcionários e técnicos.
Acidente com 16 mortos mancha símbolo da cidade de Lisboa
O acidente com o Elevador da Glória, que matou 16 pessoas e fez mais de 20 feridos, entra assim para a curta lista dos acidentes mortais que ocorreram pelo mundo nas últimas décadas, assumindo mesmo o segundo lugar do trágico pódio.
Recorde-se que a icónica composição, que é um dos principais símbolos da capital portuguesa, tinha quase 140 anos. Durante este quase século e meio de existência, nunca tinha sofrido um acidente mortal. No entanto, muitos dizem que o acidente de quarta-feira, 3 de setembro, era uma tragédia mais do que anunciada, devido a várias circunstâncias, entre as quais o desinvestimento na Carris.
O Elevador da Glória foi construído há 140 anos para auxiliar os residentes a subir e descer a calçada homónima, que une os Restauradores ao Bairro Alto.
Contudo, acabou por se tornar numa atração turística tão famosa que, nos últimos anos, eram mais os turistas que frequentavam o ascensor que os residentes, o que chegou a motivar diversas críticas, agora acentuadas pela tragédia.
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