"Quero ser o maestro da orquestra". O apoio do PS e prioridades de Seguro

  • 20/10/2025

O candidato a Belém e antigo secretário-geral do Partido Socialista (PS) António José Seguro disse estar "muito grato que um partido fundador da democracia tenha expressado o apoio à minha candidatura".

 

Em entrevista à SIC, na noite desta segunda-feira, o socialista revelou que ligou de imediato a José Luís Carneiro, atual líder o PS, "a manifestar esse agradecimento".

"Em 50 anos, [o PS] deu o apoio a quatro candidatos: Mário soares, Jorge Sampaio, Manuel Alegre, e agora a mim", acrescentou.

Contudo, fez também questão de frisar que a sua candidatura é "suprapartidária" e que se "dirige aos portugueses", realçando que o apoio do PS, se soma a muitos outros.

Aliás, "eu podia ficar sentadinho no meu sofá, gozar da praia", disse, "mas eu senti um apelo, uma convicção, e julgo que posso dar esse contributo ao país".

"Eu sinto-me uma pessoa abençoada", confessou. "Eu nasci há 63 anos numa vila do interior de Portugal e hoje estou aqui como candidato a Presidente da República - o mais alto cargo do pais que eu amo e do qual eu não me resigno e não entrego os pontos, como se costuma dizer", afirmou, convicto de que, se eleito, conseguirá "construir um país justo e um país de excelência".

Quero ser um Presidente da República para unir os portugueses e servir Portugal

Para isso, compromete-se a ser um chefe de Estado agregador, que promova "uma cultura de consenso" e acabe "com esta cultura de trincheiras", afastando-se da possibilidade de ser um "primeiro-ministro sombra em Belém".

"Eu quero ser um Presidente da República para unir os portugueses e servir Portugal", afirmou.

Revê-se em Eanes, Soares e Sampaio e admite diferenças de Marcelo

António José Seguro confessou que se revê em muitos outros Presidentes da República, nomeadamente de Esquerda, realçando "a firmeza de Ramalho Eanes", a "visão de Mário Soares" e o "humanismo de Jorge Sampaio". No entanto, defendeu que, "se tiver a confiança dos portugueses", não se irá basear nos que o antecederam, até porque "são tempos diferentes".

E, pelo menos, de Marcelo Rebelo Sousa, Seguro pretende ser diferente. Durante a entrevista, que durou uma hora, o antigo líder socialista defendeu que um Presidente deve saber "bem quando deve usar a palavra".

"A palavra não pode ser banalizada. A palavra de um Presidente tem de ter consequência, e também tem de saber quando e onde é que a usa", defendeu. "Serei um Presidente muito mais ativo de forma discreta para resolver os problemas, do que propriamente um Presidente que fala todos os dias para aparecer nos telejornais", atirou, numa crítica à conduta de Marcelo Rebelo de Sousa.

Eu não quero só fazer pontes no sistema político. Eu quero fazer pontes entre o sistema político e a sociedade, e também na sociedade

Outra coisa que poderá fazer de diferente do atual chefe de Estado está relacionado com as dissoluções do Parlamento, nomeadamente em situações de chumbo do Orçamento do Estado (OE), como aconteceu com o segundo Governo de António Costa apoiado pela Esquerda (a segunda versão da chamada Geringonça).

"Não considero que o chumbo de um Orçamento conduza diretamente à dissolução do Parlamento", disse. "Se for chumbado, então, tenho que avaliar, aí como Presidente da República, qual é o bem maior", acrescentou, dizendo que tenderá a "encontrar uma solução mais sólida" - sem dissoluções e sem duodécimos.

"O pais não vive momentos para entrarmos em situações provisórias, nem de governos a prazo nem de duodécimos", frisou. "Não podemos andar a brincar aos governos."

"O Presidente da República tem de combater os medos através da esperança, e isso não se faz só através da palavra", acrescentou, afirmando que pretende "congregar os atores políticos" para que empreguem os seus esforços nos verdadeiros problemas dos portugueses.

"Eu não quero só fazer pontes no sistema político. Eu quero fazer pontes entre o sistema político e a sociedade, e também na sociedade", explicou. "Está cada um a trabalhar para seu lado. É preciso pôr o pais a funcionar como se fosse uma orquestra", admitindo que quer "ser o maestro dessa orquestra".

SNS e demografia são as causas principais de Seguro

"Tenho tanta convicção de que este pais pode ser diferente e pode ser melhor", afirmou. Para si, a situação mais emergente, e que elege como prioridade para um possível primeiro ano de mandato presidencial, é o Serviço Nacional de Saúde (SNS) que, neste momento, é uma "vergonha".

"Acha aceitável o estado a que chegou o SNS?", questionou. "Choca-me a questão das urgências fechadas, de haver um calendário de urgências", admitiu, frisando ainda a falta de "diagnóstico" de Marcelo Rebelo de Sousa, prometido há semanas, e as situações (frequentes) de partos em ambulâncias.

Mas, para além disso, falou ainda da crise demográfica em Portugal, com a população portuguesa cada vez mais envelhecida, a depender de mão-de-obra (nomeadamente a estrangeira) para garantir a estabilidade da Segurança Social do país. Esta, para si, é a segunda maior emergência no país - e à qual dedicaria um segundo ano do seu mandato.

"Em termos de causas, a minha ideia é a de ter todos os anos uma causa: a primeira é salvar o SNS e a segunda é a demografia", revelou.

Problemas como o acesso à habitação e até mesmo a imigração, cada vez maior, de jovens para o estrangeiro também não passaram em branco, com o candidato a Belém a admitir que a nova geração pode vir a herdar um mundo pior.

"A minha geração foi uma geração que recebeu mais do que os meus pais tiveram, e a geração dos nossos filhos, neste momento, pode não receber mais - pode até haver um recuo em relação à qualidade de vida que nós tivemos."

De recordar que a mais recente sondagem quanto às intenções de voto para as eleições presidenciais, publicada há uma semana, e da autoria da Pitagórica para TSF/JN/TVI/CNN Portugal, continuava a dar a vitória a Gouveia e Melo.

Sondagem. Gouveia e Melo ainda é o preferido para Presidente, mas...

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O almirante Henrique Gouveia e Melo continua a ser o favorito para suceder a Marcelo Rebelo de Sousa na Presidência da República, segundo as sondagens. No entanto, a (pequena) diferença entre Luís Marques Mendes coloca os dois candidatos presidenciais em empate técnico.

Márcia Guímaro Rodrigues | 23:29 - 13/10/2025

[Notícia atualizada às 22h36]

Leia Também: André Ventura recusa que Chega se "venda" a PS ou PSD nos municípios

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/politica/2874118/o-apoio-do-ps-e-as-prioridades-de-seguro-sinto-me-uma-pessoa-abencoada#utm_source=rss-ultima-hora&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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