"Queremos paz". Daniel Chapo fala em acabar com terrorismo em Moçambique

  • 09/12/2025

"Vamos continuar a trabalhar e havendo esta linha, esta possibilidade, não há problemas nenhuns que se encontre alguma solução. O que nós queremos é a paz para o povo moçambicano", disse Chapo, no Porto, à entrevista à margem da cimeira com Portugal, em que participa na terça-feira.

 

"O que nós queremos é a paz e Moçambique é uma nação com uma experiência extraordinária nesta área. Se se recordar, tivemos uma guerra [entre as forças governamentais e a guerrilha da Renamo] de desestabilização que durou cerca de 16 anos, matou mais de um milhão de pessoas, destruiu bens públicos e privados, mas acabou através do diálogo. Portanto, foi assim que houve a assinatura dos Acordos Gerais de Paz em Roma, a 04 de outubro de 1992", acrescentou.

Defendeu, por isso, que Moçambique tem "experiência no diálogo" para alcançar a paz: "Os conflitos ao nível do mundo, de uma ou de outra forma, acabam sempre terminando pela via de diálogo (...) O mais importante é resolver os conflitos, que haja paz e segurança para desenvolver o país".

Frisou que no terreno, as Forças Armadas e de Defesa de Moçambique (FADM), com o apoio das forças do Ruanda, trabalham para combater o terrorismo, que sublinhou ser "um fenómeno internacional".

"Mas, para o caso concreto de Moçambique, precisamos perceber as lideranças, as motivações do terrorismo, quem é que realmente financia, a logística, estas linhas todas. Por forma que possamos também encontrar, quem sabe, esta via [do diálogo], para que possamos encontrar soluções", admitiu.

"A situação, comparativamente àquilo que era nos anos anteriores, melhorou. Havia vilas que estavam ocupadas, como Mocímboa da Praia, Macomia, Quissanga, na zona norte da província de Cabo Delgado. Neste momento, as vilas estão livres, conseguimos recuperar, mas ainda continuam alguns ataques esporádicos nas aldeias", explicou ainda.

Reconheceu que estes ataques "acabam provocando a deslocação massiva" das populações, não só de Cabo Delgado, como também em ataques nas últimas semanas na vizinha província de Nampula: "Às vezes atravessam o Rio Lúrio para Nampula, o distrito de Memba e Eráti, também acabam provocando uma deslocação massiva das nossas populações".

"Nessas deslocações o maior desafio tem sido assistência humanitária às populações. Felizmente temos tido o apoio da comunidade internacional e através deste apoio temos conseguido assistir às populações mas logo que a situação passa, as populações rapidamente regressam para as suas zonas de origem", concluiu.

A província de Cabo Delgado, rica em gás, é alvo de ataques extremistas há oito anos, com o primeiro ataque registado em 05 de outubro de 2017, no distrito de Mocímboa da Praia.

Cerca de 25 mil pessoas fugiram de ataques de grupos terroristas nos últimos dias de novembro na província moçambicana de Nampula, elevando a quase 108 mil o número de deslocados em três semanas, segundo a OIM.

De acordo com o mais recente relatório da Organização Internacional para as Migrações, noticiado antes pela Lusa, a verificação conjunta entre a agência agência das Nações Unidas e as autoridades locais "confirmou o deslocamento de 22.202 famílias", totalizando 107.784, entre 16 e 30 de novembro, que deixaram os postos administrativos Mazua, Chipene e Lúrio, distrito de Memba.

No balanço anterior da agência, relativo a dados de 11 a 25 de novembro, estavam registados 82.691 deslocados, essencialmente do distrito de Memba para o de Eráti, ambos em Nampula.

A organização ACLED estima que a província moçambicana de Cabo Delgado registou 14 eventos violentos entre 10 e 23 de novembro, envolvendo extremistas do Estado Islâmico e provocando 12 mortos, e alertou para o agravamento da situação em Nampula.

Segundo o mais recente relatório da organização de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED, na sigla em inglês), dos 2.270 eventos violentos registados desde outubro de 2017, quando começou a insurgência armada em Cabo Delgado, um total de 2.107 envolveram elementos associados ao Estado Islâmico Moçambique (EIM).

Estes ataques provocaram em pouco mais de oito anos 6.341 mortos, refere no novo balanço, noticiado pela Lusa em 28 de novembro, incluindo as 12 vítimas reportadas nestas duas semanas de novembro.

Leia Também: Daniel Chapo considera Portugal um "amigo" de Moçambique

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2901285/queremos-paz-daniel-chapo-fala-em-acabar-com-terrorismo-em-mocambique#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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