Presidente polaco lamenta a Zelensky ingratidão por apoio de Varsóvia
- 20/12/2025
Em conferência de imprensa após a quinta visita oficial de Zelensky à Polónia, Nawrocki transmitiu o que considera ser um sentimento de desconforto na sociedade polaca relativamente à alegada falta de reconhecimento pelo apoio prestado desde o início da guerra.
"Os polacos têm a impressão de que os nossos esforços e assistência à Ucrânia em todas as frentes não foram recebidos com a devida gratidão e compreensão", afirmou o Presidente polaco, que assumiu o cargo no verão, realçando que, desde 2022, a Polónia destinou 4,91% do Produto Interno Bruto ao apoio humanitário e militar ao país vizinho.
O chefe de Estado nacionalista e conservador colocou a Casa Branca no centro da solução para o conflito e afirmou que o Presidente norte-americano, Donald Trump, de quem é próximo e o apoiou publicamente na sua eleição, "é o único líder no mundo disposto a forçar [o Presidente russo] Vladimir Putin a assinar um acordo de paz".
Para o Presidente da Polónia, a participação de Trump constitui por si só uma garantia para a preservação da integridade territorial da Ucrânia e da segurança regional.
Karol Nawrocki defendeu na campanha eleitoral que o levou à presidência, com apoio do maior partido de oposição, o fim dos benefícios estatais concedidos a cerca de um milhão de refugiados ucranianos na Polónia e opôs-se à adesão de Kiev à União Europeia e à NATO, pelo menos enquanto não assumir responsabilidade pelo massacre de milhares de civis polacos em 1943 em Volhynia.
Por outro lado, enfureceu Moscovo pelo papel, enquanto diretor do Instituto da Memória Nacional, na eliminação de símbolos soviéticos na Polónia, e ao descrever a Rússia como "um Estado bárbaro, cruel e que devia ser isolado".
Por seu lado, Zelensky descreveu o encontro de hoje como "muito positivo", manifestando o desejo de ultrapassar as tensões que têm prejudicado as relações bilaterais nos últimos anos.
O Presidente ucraniano defendeu "um novo capítulo, ainda mais importante" nas relações entre Kiev e Varsóvia e anunciou a disponibilidade para permitir o reatamento das exumações de civis polacos massacrados por nacionalistas ucranianos durante a Segunda Guerra Mundial na Volhynia.
"Durante séculos vivemos como vizinhos, mas também existem capítulos trágicos na nossa história. Respeitamos a sua memória do que aconteceu e contamos com o seu respeito pela nossa memória", declarou.
Apesar das diferenças, os dois líderes destacaram os progressos alcançados na cooperação bilateral, com Zelensky a oferecer à Polónia conhecimento militar em proteção contra drones e apelando para o envolvimento de empresas polacas na reconstrução do seu país.
Nawrocki destacou pelo seu lado que a Polónia aspira a tornar-se num centro energético regional, graças em parte ao comércio com a Ucrânia, observando que 15% da energia que chega à Ucrânia já passa pelo terminal polaco em Swinoujscie.
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