Presidente da Autoridade Palestiniana na festa de partido pós-fascista italiano
- 05/12/2025
Organizada anualmente pelas alas jovens dos partidos de direita italiana desde 1998 - e desde 2014 pela Juventude Nacional, a secção jovem dos Irmãos de Itália -, a festa chama-se «Atreju» e tem tradicionalmente convidados estrangeiros, que já incluíram o Presidente argentino, Javier Milei, e o magnata norte-americano Elon Musk.
A edição deste ano, que decorrerá nos jardins do Castelo de Santo Ângelo, em Roma, contará com a participação de Abbas, com quem Meloni tem mantido contactos regulares nos últimos meses, por telefone e pessoalmente, o último dos quais há menos de um mês, num encontro realizado no Palácio Chigi, sede do Governo italiano.
Abbas voltará a reunir-se com a primeira-ministra italiana no Palácio Chigi a 12 de dezembro, sendo provavelmente nesse dia que participará na festa de Atreju, segundo os organizadores, que anunciaram também a presença de um refém israelita raptado pelo Hamas e posteriormente libertado, Rom Braslavski, que contará a sua história de cativeiro, que durou 738 dias.
Itália é um dos países que ainda não reconheceu o Estado palestiniano, apesar dos pedidos de Abbas nesse sentido, tendo já o Governo de Meloni indicado que o fará em breve, mas impondo como condição prévia a destituição do grupo islamita Hamas de qualquer forma de participação no governo da Faixa de Gaza.
Meloni convidou todos os líderes dos partidos da oposição, mas a secretária do Partido Democrático (PD, centro-esquerda), Elly Schlein, colocou como condição um frente-a-frente com a primeira-ministra -- dado o evento contar com vários painéis e debates -, mas, na ausência de uma resposta desta, aquela que é a líder da oposição em Itália decidiu não participar.
Já o líder do Movimento 5 Estrelas (populista de esquerda) e antigo primeiro-ministro Giuseppe Conte, aceitou o convite, o que, segundo analistas, revela algumas fricções entre esta força política e o PD, que se têm aliado em eleições regionais e que contam fazê-lo nas eleições legislativas de 2027.
A edição deste ano da festa da direita italiana, sob o lema «De cabeça erguida», ocorre num contexto de forte contestação aos planos orçamentais do Governo para 2026, que motivaram manifestações em várias cidades e uma greve geral há uma semana, que paralisou o país, e durante o evento ocorrerá uma outra, convocada para 12 de dezembro pela CGIL, o maior sindicato de Itália, que declinou o convite para participar na Atreju.
Apesar da contestação, a popularidade de Meloni segue em alta em Itália -- a líder dos Irmãos de Itália, que encabeça há mais de três anos no terceiro governo com maior longevidade da República italiana, mantém-se destacada à frente em todas as sondagens num cenário de eleições, com cerca de 30% das intenções de voto, acima do resultado que lhe conferiu o triunfo nas eleições legislativas de 2022 (26%) e muito à frente do PD de Elly Schlein (22%).
Meloni intervirá no último dia do evento, a 14 de dezembro, assim como os seus dois vice-primeiros-ministros e líderes dos outros partidos de direita que compõem a coligação governamental, Matteo Salvini (Liga) e Antonio Tajani (Força Itália).
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