PR colombiano propõe "NATO sul-americana" independente dos EUA ou Rússia
- 04/11/2025
 
"O caminho a seguir pela América do Sul e pela América Latina não é aderir a um bloco económico concorrente, mas construir o nosso próprio polo de desenvolvimento autónomo e soberano", disse Petro numa entrevista à televisão qatari Al Jazeera, durante a sua visita a vários países árabes, que terminou hoje no Qatar.
Isto inclui "uma NATO sul-americana independente dos interesses dos Estados Unidos (EUA), independente dos interesses da Rússia, que possa falar no mundo com a sua própria voz, de acordo com os nossos próprios interesses, e procurar o diálogo da humanidade", disse, adiantou a Presidência colombiana num comunicado.
Só assim, segundo o chefe de Estado, a América Latina poderá "assumir os desafios de superar os principais problemas atuais, a descarbonização, a desigualdade, a pobreza, a escravidão em muitos setores da humanidade" e "a reconstrução de outro ponto de vista, da descarbonização, para competir, mesmo dentro do capitalismo".
O líder colombiano acredita que os Estados Unidos "podem ficar para trás se insistirem no petróleo", como o Presidente norte-americano, Donald Trump, "está a fazer".
Mas se os EUA reconsiderarem esta posição, "a América do Sul seria o seu maior aliado, porque é o mais próximo que tem em termos de energia limpa", argumentou.
Petro sublinhou ainda a importância de "um diálogo entre civilizações" para mitigar conflitos.
"O choque de civilizações conduz à barbárie, que é o que estamos a ver, e Gaza é o exemplo que as Caraíbas seguem. Já o diálogo entre civilizações conduz à sabedoria, a uma humanidade livre", defendeu.
Precisamente sobre as Caraíbas, Petro criticou os ataques militares de Washington a alegados barcos de tráfico de droga.
De acordo com o Presidente colombiano, estes barcos "transportam pessoas jovens e pobres".
"Os traficantes de droga também não vão nos barcos, são jovens que não têm universidade, não têm oportunidades", lamentou.
"O narcotraficante está onde está o luxo, porque tem muito dinheiro e o luxo está perto do grande parque de Nova Iorque, está em Miami, está em Paris, está no Dubai, com graves perigos para as sociedades árabes. E o traficante de droga já não é colombiano, é mexicano, albanês, italiano, francês e do Kosovo", sublinhou.
Por esta razão, atribuiu o destacamento militar norte-americano nas Caraíbas à "ganância do Governo dos EUA em permanecer, tem sido assim desde o início, com o petróleo como um recurso básico para a sua economia e o seu grande capital".
Ainda hoje a estação norte-americana NBC avançou que Washington está a avaliar a possibilidade de ataques militares contra instalações e líderes de cartéis de droga no México, expandindo a campanha de combate ao narcotráfico nas Caraíbas e no Pacífico.
De acordo com a NBC, o plano prevê o envio de tropas e agentes dos serviços de informação para o território mexicano, com parte do treino já iniciado, embora o início da missão ainda não seja iminente.
Os Estados Unidos têm efetuado uma série de ataques a embarcações que alegadamente eram usadas no tráfico de droga.
Ao todo pelo menos 61 pessoas morreram em ataques a 15 embarcações no Pacífico e nas Caraíbas.
A ONU acusou na sexta-feira o Governo norte-americano de "violar o direito internacional" com os seus ataques a embarcações no mar, afirmando que as pessoas a bordo foram vítimas de "execuções extrajudiciais".
Estes ataques têm levado a um crescendo de tensões entre os Estados Unidos, a Colômbia e a Venezuela, cujos líderes foram acusados por Trump de promoverem o narcotráfico.
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