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Pena reduzida a traficante. Advogada era informadora da polícia
- 07/11/2025
Um dos traficantes de droga mais infames da Austrália teve a pena de prisão reduzida por um tribunal de recurso, esta quinta-feira, após se descobrir que a advogada que o tinha defendido era, na verdade, uma informadora da polícia australiana.
Tony Mokbel foi uma das figuras mais notórias da guerra de gangues que assolou Melbourne, na Austrália, no início dos anos 2000. Em 2012, o suposto cabecilha por detrás do tráfico de anfetaminas no país foi condenado a 30 anos de prisão, depois de se ter declarado culpado de liderar um cartel de drogas - algo que terá feito devido a um conselho da sua advogada.
Recentemente soube-se que essa mulher, Nicola Gobbo, fornecia informações à polícia, enquanto representava e defendia Mokbel em tribunal.
Por isso mesmo, a justiça australiana decidiu esta quinta-feira que as condenações do criminoso poderiam vir a ser anuladas, garantindo assim que o narcotraficante de 60 anos fosse libertado sob fiança.
Durante este recurso, a nova advogada de Mokbel, Julie Condon, argumentou que o processo contra o seu cliente, que o tinha condenado a 30 anos, tinha sido corrompido por Nicola Gobbo, dado que seria uma agente dupla.
Mokbel não saberia da duplicidade da advogada quando se declarou culpado no julgamento.
Os juízes do recurso concordaram com a defesa, afirmando que os esforços conjuntos de Gobbo e da polícia australiana, para obter as provas que viriam a condenar Mokbel, constituíram uma violação fundamental das obrigações profissionais da advogada, segundo o jornal australiano The Age.
Após 18 anos atrás das grades, Tony Mokbel está agora em liberdade sob fiança, mas ainda com um possível julgamento a ser considerado pelas autoridades, relativamente a uma outra acusação.
Os procuradores deste caso informaram também outros 22 clientes de Nicola Gobbo que poderiam recorrer das suas sentenças, devido à sua ligação com a advogada incriminada.
Gobbo admitiu que mais de 300 pessoas foram detidas e acusadas com base em informações que ela forneceu à polícia, de acordo com uma carta de junho de 2015 tornada pública desde então.
A advogada foi uma importante fonte para a polícia entre 2005 e 2009, em plena época de luta contra os gangues. Foi recrutada como informante da polícia, após ter sido acusada de crimes relacionados com drogas em 1993, antes de se tornar advogada.
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