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Paquistão autoriza entrega de ajuda humanitária ao Afeganistão
- 04/12/2025
"Em resposta aos pedidos formais das agências da ONU (...), o Governo paquistanês aprovou uma exceção humanitária limitada e específica para permitir o transporte de contentores para o Afeganistão", disse um funcionário do Governo paquistanês à AFP, sob condição de anonimato.
O Afeganistão é um dos países mais pobres do mundo e mais de 85% da população sobrevive com menos de um dólar por dia ( cerca de 0,86 cêntimos de euro), segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Os dois países vizinhos têm entrado em confronto esporadicamente desde que os talibãs retomaram o controlo de Cabul, em agosto de 2021. Islamabade acusa o seu vizinho de abrigar militantes armados que lançam ataques contra o seu território, uma acusação que o Governo afegão nega.
As entregas de ajuda humanitária, que serão feitas em três fases, incluem alimentos, medicamentos e equipamento médico, assim como "outros fornecimentos essenciais relacionados com a saúde e a educação", disse o responsável paquistanês.
Um representante da ONU confirmou ainda que a ajuda será libertada em breve para entrar no Afeganistão.
O chefe do serviço de informações em Spin Boldak, uma cidade afegã junto a uma importante passagem fronteiriça, disse à AFP que "ainda não tinha informações sobre isso", acrescentando que "o acesso à fronteira está encerrado".
A fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão está encerrada desde os confrontos entre os dois países em outubro, exceto para os afegãos expulsos do Paquistão. Segundo o responsável paquistanês, a fronteira vai manter-se encerrada ao comércio e a reabertura parcial à ajuda continua "submetida a condições".
"O Paquistão não reabriu a fronteira ao comércio ou à imigração com o Afeganistão", acrescentou o responsável.
Dezenas de camiões afegãos, alguns carregados com alimentos estragados, ficaram retidos quando a fronteira foi encerrada em 12 de outubro devido aos confrontos transfronteiriços que fizeram dezenas de mortos, que foi seguido de uma frágil trégua.
Os dois países sofreram perdas comerciais acumuladas superiores a 100 milhões de dólares (86 milhões de euros) e até 25.000 trabalhadores nas regiões fronteiriças foram afetados, segundo a Câmara de Comércio e Indústria Paquistão-Afeganistão (PAJCCI).
O Paquistão é o maior parceiro comercial do Afeganistão, fornecendo-lhe arroz, produtos farmacêuticos e matérias-primas, e, em contrapartida, recebe 45% das exportações afegãs, de acordo com dados do Banco Mundial do ano passado.
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