ONG dizem que Ucrânia apreende mais armas ilegais, sem desvios em massa
- 11/12/2025
As apreensões de armas de fogo aumentaram mais de 60% entre os três anos que antecederam a invasão russa da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, e os primeiros três anos da ofensiva, indicou o relatório hoje divulgado pela organização suíça Small Arms Survey e pela ucraniana CENSS.
As armas de fogo em causa são pistolas e de ombro como espingardas automáticas, metralhadoras e metralhadoras ligeiras, de acordo com o documento intitulado "A Bússola das Armas: Proliferação e Controlo de Armas na Ucrânia Devastada pela Guerra".
No mesmo período, as apreensões de lança-granadas, granadas, lança-foguetes e minas mais do que duplicaram (por exemplo, as granadas aumentaram 155%, com 10.311 apreensões), prosseguiu o documento, elaborado a partir de dados das autoridades judiciais ucranianas.
Estes números refletem "não só o crescimento dos 'stocks' ilícitos na Ucrânia, mas também os esforços conjuntos das autoridades ucranianas para retirar estes artigos de circulação", afirmaram as ONG.
"Considerando as quantidades significativas de armas e munições não seguras já dispersadas por toda a Ucrânia, e o envio contínuo de armas adicionais para as linhas da frente, é essencial manter os recursos para operações de recuperação de armas e desminagem", defenderam.
Em setembro de 2024, a organização Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional (GI-TOC) alertou que, apesar da "eficácia da Ucrânia" no combate ao tráfico de armas, havia "sinais iniciais de um ressurgimento", dando como exemplo o desmantelamento de uma rede em Lviv, no oeste do país e perto da fronteira com a Polónia.
No entanto, o Small Arms Survey e a CENSS afirmaram agora não ter encontrado provas de desvio em massa de armas ligeiras fornecidas a Kiev pelos seus aliados ocidentais, um receio que tem sido expressado sobretudo por grupos que contestam o apoio militar à Ucrânia e alimentado por redes de propaganda pró-russa.
No início da invasão russa, o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, afirmou em junho de 2022 que esperava que um grande número de armas enviadas para a Ucrânia acabasse nas mãos de criminosos na Europa e noutros locais.
Embora os dados revelem que as armas ocidentais proliferaram por toda a Ucrânia, as ONG observaram neste mais recente relatório que "não há provas de desvio sistemático e em grande escala".
Uma fonte de segurança ocidental disse à agência France-Presse (AFP) que também não tinha observado esta tendência.
Em contraponto, as ONG destacaram o papel das armas russas na proliferação de apreensões: as que foram escondidas para operações clandestinas, aquelas que foram entregues aos seus aliados ucranianos nas regiões ocupadas no leste da Ucrânia e as abandonadas no campo de batalha.
Em relação aos sistemas portáteis de defesa, que são particularmente perigosos, "estão a receber maior atenção e controlos mais rigorosos", o que é explicado com o seu "longo alcance, precisão, letalidade contra alvos de elevado valor (aeronaves e veículos blindados), portabilidade e facilidade de ocultação".
Mais de 20 destes mísseis portáteis foram apreendidos pelas autoridades ucranianas, observaram as ONG e apenas um era de origem ocidental.
Tratava-se de um míssil antitanque NLAW fornecido pelo Reino Unido, apreendido em julho de 2024.
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