Negado visto à família de vítima dos atentados em Paris. Iam à homenagem
- 07/11/2025
Os parentes de uma das vítimas dos atentados terroristas de 13 de novembro de 2015, em Paris, França, tiveram os seus vistos negados para visitarem o país no décimo aniversário do incidente, que vitimou mais de 130 pessoas.
Em causa, estão os dois sobrinhos do músico argelino Kheireddine Sahbi, de 3 e 7 anos, que vivem na Argélia, e pretendiam visitar Paris com a família para marcar presença nas homenagens que vão acontecer na capital francesa. A visita pode agora já não ser possível, dado que os seus vistos foram recusados, conta o Le Parisien.
A denúncia parte de Meriem Laribi, jornalista e amiga de Sahbi, que morreu nos ataques.
"Daqui a poucos dias, vamos comemorar o décimo aniversário deste evento horrível. Ambos os pais de Didine [alcunha de Kheireddine] já morreram, e restam apenas os seus dois irmãos, a irmã, e as suas crianças", contou Meriem na rede social X.
"No entanto, os dois sobrinhos de Didine (com 7 e 3 anos), que vivem na Argélia), tiveram os vistos negados para vir para França e marcar presença nas cerimónias de homenagem do assassinato do seu tio", revelou a jornalista na mesma publicação. "O mais velho das duas crianças, tem o primeiro nome igual ao do tio em homenagem" a Didine.
"Parte-me o coração que a família esteja separada num dia tão importante", acrescentou.
Meriem pediu, por isso, que o ministro do Interior, Laurent Nuñez, o embaixador da França na Argélia, Stéphane Romatet, e Anne Hidalgo (a presidente da Câmara de Paris), "fizessem o que fosse possível para que o visto fosse concedido" e para que a família se pudesse reunir para prestar homenagem a Didine no décimo aniversário da sua morte.
Monsieur le ministre @NunezLaurent, Monsieur l'ambassadeur @SRomatet, @ambafrancealger, Madame @Anne_Hidalgo, @Paris, j'ai une demande personnelle à vous faire.
— Meriem Laribi مريم لعريبي (@Meriem_Laribi) November 6, 2025
Mon ami, le musicien algérien Kheireddine Sahbi, surnommé Didine, faisait partie des victimes des attaques du 13… pic.twitter.com/OO44zxypjB
Didine morreu com 29 anos. Estudava música na Sorbonne
Kheireddine Sahbi, estava em Paris há um ano quando os atentados aconteceram. Tinha saído com 28 anos da Argélia para a capital francesa para estudar etnomusicologia (estudo da música como cultura), num mestrado na Sorbonne, considerada uma das melhores universidades do mundo.
No fatídico 13 de novembro, Didine regressava de um ensaio musical quando um dos terroristas o atingiu a tiro. O argelino morreu numa calçada de Paris com o violino na mão.
No seu funeral, que aconteceu na Argélia, a agência de notícias AFP falou com um dos irmãos do músico, que realçou a ironia triste na situação: "Ele sobreviveu a uma década de guerra terrorista [na Argélia], que não poupou crianças, mulheres ou idosos, e foi em Paris que o terrorismo o matou".
130 pessoas morreram nos ataques de 13 de novembro
Os ataques de 2015, à sala de espetáculos Bataclan, na entrada do Stade de France (onde ocorria um jogo amigável entre a Alemanha e França) e em diversos bares e restaurantes em Paris provocou 130 mortes de civis e mais de 350 feridos.
O atentado, reivindicado na altura do Estado Islâmico, ficou maioritariamente conhecido pelo massacre no Bataclan onde acontecia um concerto da banda de rock norte-americana Eagles of Death Metal. 90 pessoas morreram na sala de espetáculos.
Recorde-se que os ataques, levados a cabo na sala de espetáculos Bataclan e nas proximidades do Stade de France e reivindicados pelos Estado Islâmico, provocaram 137 mortos - sete dos quais terroristas - e mais de 350 feridos.
O único membro do Estado Islâmico que chegou ao fim desse dia com vida, Salah Abdeslam, de 32 anos, foi condenado a prisão perpétua pelo Tribunal Especial de Paris.
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