Moedas: Demissão após acidente com elevador da Glória "seria cobardia"
- 15/09/2025
Num primeiro debate, organizado pela SIC, com candidatos à presidência da Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro, nomeadamente Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), João Ferreira (CDU-PCP/PEV) e Bruno Mascarenhas (Chega), o acidente com o elevador da Glória foi tema de discussão, com troca de argumentos sobre o investimento na empresa municipal Carris, responsável por este equipamento de transporte público na cidade.
O elevador da Glória, em Lisboa, sob gestão da empresa municipal Carris, descarrilou no dia 03 de setembro, num acidente que provocou 16 mortos e duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades.
"Aumentámos o orçamento da Carris em 30%", afirmou o social-democrata Carlos Moedas, tendo a socialista Alexandra Leitão afirmado que "não é verdade" quanto à despesa com a manutenção dos elevadores.
Em resposta, o social-democrata acrescentou que o contrato de manutenção dos elevadores vem de uma administração anterior da Carris, nomeada pelo PS, no valor de 900 mil euros, montante que foi aumentado para 1,2 milhões de euros, mas que "não teve candidatos" no concurso público.
Bruno Mascarenhas, candidato do Chega, disse que "há vários meses" que foram identificados problemas na Carris e o tema motivou um debate na Assembleia Municipal, mas "a câmara fugiu, não quis estar presente", afirmando que Carlos Moedas "é perito nesta desresponsabilização".
"Houve inúmeros alertas por parte dos trabalhadores da Carris, dos quais estes senhores que aqui estão têm conhecimento e nada fizeram", acusou o candidato do Chega, criticando PS e PSD e defendendo que atirar dinheiro para cima dos problemas é uma tática que não funciona.
O cabeça de lista da CDU, João Ferreira, contrariou a ideia de Carlos Moedas e afirmou que a câmara não deu todos os meios à Carris, indicando que a empresa municipal de transporte público na cidade "funciona mal" e "não cumpre a sua função".
O comunista João Ferreira disse ainda que o investimento médio anual executado na Carris desde a sua municipalização é de 27 milhões de euros, valor que "é 1/10 daquilo que a câmara devolveu em quatro anos por opção do PSD, mas também do PS, já agora do Chega na Assembleia Municipal", com a devolução de IRS aos munícipes, no total de 270 milhões de euros ao longo deste mandato, medida que beneficia sobretudo 10% população com maiores rendimentos.
Sobre o acidente com o elevador da Glória, a socialista Alexandra Leitão reiterou que é preciso esclarecimentos e apurar responsabilidades, "com tempo, com serenidade, para evitar que uma tragédia destas volte a acontecer".
Quanto à responsabilidade política, o social-democrata Carlos Moedas, atual presidente da câmara, destacou a coordenação da resposta no imediato, "que era um acidente que não era só de Lisboa, era nacional e era internacional", assim como a tomada de decisões, desde a investigação externa independente à suspensão de todos os elevadores.
"A demissão seria uma cobardia", reforçou.
Quanto às medidas a tomar após o acidente com o elevador da Glória, o comunista João Ferreira destacou as propostas do PCP aprovadas pela câmara, inclusive a avaliação dos sistemas de redundância que reforcem a travagem e a reflexão sobre as opções de externalização dos serviços de manutenção.
Bruno Mascarenhas considerou que o elevador da Glória deve voltar a funcionar, "com tecnologia que garanta total segurança".
Concorrem à Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro: Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), João Ferreira (CDU-PCP/PEV), Bruno Mascarenhas (Chega), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).
Atualmente, o executivo municipal integra sete eleitos da coligação "Novos Tempos" - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, sete eleitos da coligação "Mais Lisboa" - PS/Livre, dois da CDU e um do BE.
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