Moçambique reforça segurança após fraudes detetadas nos exames escolares
- 08/12/2025
"Quando se trata de uma ação em que é voluntária, dificilmente conseguimos controlar, é uma questão emocional, é uma questão racional, mas por aquilo que é burocracia, aquilo que é a estrutura, nós estamos organizados, redobramos a questão de vigilância", disse Esperança Saide, chefe de departamento de gestão pedagógica da Direção Provincial de Educação na Zambézia, citada hoje pela comunicação social.
Em causa está uma alegada fraude nos exames escolares da 9.ª classe, em Moçambique, que ocorreu na Zambézia, entretanto confirmada pelo Governo, que anulou os exames das disciplinas de História, Inglês, Física e Química, com o executivo de explicar que este tipo de incidente não reflete um padrão recorrente.
O Ministério da Educação e Cultura (MEC) reagendou para hoje e terça-feira os exames daquelas disciplinas, após confirmar a violação dos sobrescritos com os enunciados, que foram fotografados e divulgados. As provas deveriam ter sido realizadas em 26 e 27 de novembro.
Esperança Saide explicou hoje que as medidas de segurança visam apoiar o aluno "a salvaguardar um ambiente tranquilo, garantindo que tenha condições para realizar os exames de forma serena", e apelou aos estudantes para optarem por ações que não levem ao cancelamento dos exames.
"Vamos todos lutar contra prática de ações que nos levem a fraudes, vamos todos lutar contra ações que concorrem para o vazamento de exames e que nos levem ao cancelamento dos exames", pediu Saide, condenando a situação que denigre a imagem do setor da educação.
Também o porta-voz da Direção Provincial da Educação em Inhambane, Domingos Chibindje, alertou para a circulação de exames falsos nas redes sociais, pedindo aos alunos para ficarem concentrados nos estudos e evitar distrações.
"Queremos apelar para que os alunos continuem a estudar afincadamente e não se distraiam com estes exames que são falsos e poderão perigar a vossa vida académica", disse Domingos Chibindje, reagindo à possível circulação de exames falsos que podem levar novamente ao cancelamento dos testes que arrancam hoje.
A Polícia moçambicana deteve mais dois professores por alegado envolvimento numa fraude dos exames da 9.ª classe, elevando para quatro o número de profissionais da educação detidos no caso que levou à anulação das provas, conforme a Lusa noticiou, na sexta-feira.
O porta-voz do Comando-Geral da Polícia, Leonel Muchina, explicou que a investigação identificou o envolvimento do diretor da Escola Básica de Nagor, no distrito de Milange, na província da Zambézia, e do seu diretor pedagógico adjunto, além de mais dois professores com acesso direto aos exames, totalizando quatro detidos, que podem ser responsabilizados à medida que as audições avançam.
O porta-voz do MEC, Silvestre Dava, confirmou por seu lado que houve abandono de funções em dois estabelecimentos de ensino - a Escola Secundária de Boquisso, na província de Maputo, e a Escola 12 de outubro, na capital -, devido a reivindicações de pagamento de horas extraordinárias.
Segundo o Governo, a fraude foi detetada através dos mecanismos habituais de controlo, que abrangem a elaboração, impressão e distribuição dos exames. Equipas de inspeção provincial, distrital e central continuam no terreno para apurar responsabilidades administrativas e criminais.
Mais de dois milhões de alunos moçambicanos realizam exames finais desde 20 de novembro. Foram criados centros de exame em todo o país, com provas previstas até 12 de dezembro, num total de 2.023.837 inscritos, maioritariamente da 6.ª classe (830.244) e da 12.ª segunda (258.550).
Leia Também: Oxford Economics baixa previsão de crescimento de Moçambique em 2026





.jpg)






















































