Moçambique alerta para formação de tempestade tropical Chengue
- 20/10/2025
De acordo com informação de monitoria de ciclones tropicais do Inam, a depressão encontra-se na bacia do sudoeste do oceano Índico e "tem potencial de atingir o canal de Moçambique no estágio de baixa pressão no dia 25 de outubro" mas, para já, não constitui perigo para a costa nem para a parte continental moçambicana.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre anualmente entre outubro e abril.
Só entre dezembro e março passados, na última época das chuvas, Moçambique foi atingido por três ciclones, incluindo o Chido, o primeiro e mais grave, no final de 2024, com registo de quase 200 mortos.
O número de ciclones que atingem o país "vem aumentando na última década", assim como a intensidade dos ventos, alerta-se no relatório do Estado do Clima em Moçambique 2024, do Instituto de Meteorologia de Moçambique, divulgado em março.
Os fenómenos meteorológicos extremos provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique, entre 2019 e 2023, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.
O Governo moçambicano aprovou em 14 de outubro o plano de contingência para a época chuvosa 2025/2026, que admite poder afetar 1,2 milhões de pessoas, mas tem menos de metade dos 14 mil milhões meticais (190 milhões de euros) necessários.
"Da parte que temos disponível, em termos de capacidade para lidar com isto, estamos a falar de cerca de seis mil milhões de meticais [81,4 milhões de euros], que é uma parte daquilo que foi computado como necessário para este ano, está disponível em meios, em equipamentos e algum dinheiro", disse o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa.
O plano, reconheceu Impissa, tem "um défice de oito mil milhões de medicais [108,6 milhões de euros], que se espera ser reduzido através de outras fontes de financiamento, como sejam o seguro paramétrico, implementação de ações antecipadas à seca, cheias e ciclones, e doações em espécie ou em numerário".
A época das chuvas em Moçambique começou este mês e prolonga-se até abril, tendo aquele órgão aprovado o plano de contingência, que admite três cenários, podendo afetar de menos de um milhão a quatro milhões de moçambicanos. Contudo, o Governo trabalha como cenário mais realista de consequências para cerca de 1,2 milhões de pessoas, na previsão intermédia.
Em 12 de setembro, as autoridades moçambicanas alertaram para cheias de "grande magnitude" no país e inundações em pelo menos quatro milhões de hectares agrícolas durante a próxima época das chuvas, que se iniciou em outubro, em Moçambique.
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