MNE libanês recusa convite para visitar Irão e sugere país neutro
- 12/12/2025
O governo libanês está sob intensa pressão dos Estados Unidos para desarmar o Hezbollah, que saiu enfraquecido de uma guerra aberta durante um ano com Israel, mas que se recusa a entregar o seu armamento, numa fase em que continua sob mira dos bombardeamentos israelitas, apesar do cessar-fogo em vigor desde novembro de 2024.
A recusa do Hezbollah tem sido estimulada pelas autoridades do Irão, que são por sua vez acusadas por Beirute de "interferência inaceitável" nos seus assuntos internos.
"Não posso aceitar o seu convite para visitar Teerão nas circunstâncias atuais", afirmou hoje Rajji numa resposta ao homólogo iraniano, Abbas Araghchi, divulgada na rede social X.
No início deste mês, o chefe da diplomacia da República Islâmica convidou o ministro libanês para discutir as "relações bilaterais", bem como "desenvolvimentos regionais e internacionais", segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão.
Na sua resposta, Rajji referiu que a sua indisponibilidade para se deslocar à capital iraniana "não significa uma recusa em dialogar", mas apenas que "as condições não são propícias".
Em alternativa, o ministro libanês propôs um encontro num "país terceiro neutro", insistindo que as relações entre Beirute e Teerão devem basear-se no princípio da "não interferência nos assuntos internos".
O Hezbollah integra o chamado eixo da resistência apoiado e financiado pelo Irão e envolveu-se em hostilidades militares com Israel, logo após o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023, em solidariedade com o seu aliado palestiniano Hamas.
Após quase um ano de troca de tiros ao longo da fronteira israelo-libanesa, Israel lançou uma forte campanha aérea no verão do ano passado, que decapitou a direção do movimento xiita, incluindo o seu líder histórico, Hassan Nasrallah, e vários outros responsáveis da hierarquia política e militar do Hezbollah.
Desde o cessar-fogo, o Estado libanês tem procurado concentrar todo o armamento do país nas forças de segurança oficiais e deslocou efetivos para a zona da fronteira com Israel, tradicionalmente um reduto do Hezbollah e onde as tropas israelitas ainda mantêm posições militares.
No mês passado, a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL) apontou mais de dez mil violações ao cessar-fogo.
O mandato da missão da ONU apenas inclui o registo de violações dentro da sua área de operações, que se estende do rio Litani até à linha divisória desmilitarizada entre Israel e o Líbano, sem contabilizar os ataques que as forças israelitas realizaram com frequência noutras regiões do país.
Israel tem justificado os seus ataques com a tentativa de evitar que o Hezbollah recupere as suas capacidades militares e volte a representar uma ameaça para a sua segurança.
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