Menino de quatro anos encontrado morto em praia. Crime choca Espanha
- 07/12/2025
Um menino de quatro anos foi encontrado morto, na noite de quarta-feira, numa praia do município de Garrucha, na província espanhola de Almería. A mãe, uma jovem de 21 anos que está grávida de cinco meses, e o seu namorado foram detidos. O caso está a chocar Espanha.
Segundo avançaram fontes próximas da investigação à Europa Press, a autópsia preliminar indicou que o corpo apresentava sinais de violência física e sexual, motivo que levou à detenção da mãe e do namorado - que tinha uma ordem de restrição contra ela.
Os suspeitos, ambos de origem venezuelana, foram presentes a tribunal este sábado, ficando em prisão preventiva por suspeitas dos crimes de homicídio e maus-tratos, revelou o ABC España.
O corpo do menino, chamado Lucas, foi encontrado pelas 23h30 locais de quarta-feira, numa cabana da praia de El Cargadero, em Garrucha, horas após o pai biológico - que se encontrava fora - ter alertado as autoridades para o desaparecimento da criança.
Pelas 20h00, a Guardia Civil e a Polícia Local começaram as buscas pelo menino. Foi também emitido um alerta dos serviços de emergência a dar conta de que uma criança de quatro anos "tinha desmaiado na praia" e "perdido a consciência".
Antes, conta o El Mundo, uma das tias do menino tinha alertado para o desaparecimento nas redes sociais, dando conta que tinha recebido uma mensagem da mãe que dava a entender que tinha abandonado o menor perto de uma cabana na praia. Há também relatos que a jovem mandou "mensagens assustadoras" à família paterna do filho.
Já de acordo com o La Sexta, que cita a Guardia Civil, a mãe enviou uma mensagem ao ex-companheiro, pai do menino, com a localização da criança e a dizer. "Acho que matei o meu filho. Abandonei-o numa cabana na praia".
"O homem com quem ela vivia levou-a fazer coisas erradas", lamenta pai da suspeita
Na quinta-feira, dezenas de pessoas reuniram-se em Garrucha para realizar um minuto de silêncio em memória de Lucas. Entre os presentes estiveram vários familiares do menino de quatro anos, incluindo o avô materno.
"Aquele homem com quem ela vivia levou-a fazer coisas erradas... Ela amava muito o filho, eu sei com certeza que ela amava muito o Lucas", disse o homem, em lágrimas, aos jornalistas, citado pela estação espanhola Telecinco.
Já este sábado, adotou uma postura mais rígida: "Vamos chegar ao fundo disso, e se a minha filha for culpada, terá de pagar por isso".
Lucas, a "crónica de uma morte anunciada"
O El Mundo descreve o caso de Lucas como a "crónica de uma morte anunciada", revelando que esta não foi a única vez que o menino foi agredido pelo namorado da mãe. Segundo os vizinhos, a realidade é que "Lucas vivia com medo".
Além disso, o menino faltava frequentemente à escola e, quando ia, aparecia sozinho. Muitas vezes chegava com hematomas por todo o corpo, cortes na cara e até braços ao peito.
Nas redes sociais, circula um vídeo que mostra o alegado namorado da mãe de Lucas a gritar e a abanar a criança, chegando mesmo atirá-la para o chão. Nas imagens, é possível ver o menino a chorar de dor e a colocar instintivamente a cabeça com as mãos quando o homem se aproxima dele para lhe dar a mão.
O delegado adjunto do governo de Espanha em Almería, José María Martín, pediu "cautela" em relação ao vídeo, defendendo que é necessário apurar o envolvimento dos suspeitos na morte.
"Devemos refletir sobre isso e analisar quaisquer outras implicações legais que possam surgir destes vídeos", explicou.
Este sábado, em declarações à agência de notícias Efe, o advogado do avô materno de Lucas, José Luis Martínez, denunciou o "fracasso absoluto" das instituições públicas na proteção do menino, defendendo que havia claros sinais de abuso e negligência que foram ignorados pela escola e pelas autoridades locais.
"Na escola, viram que a criança tinha hematomas, que tinha o braço numa tala devido a uma fratura, e não fizeram nada", lamentou, acrescentando que a mãe e o namorado "nunca levaram a criança ao médico" para impedir que os profissionais de saúde detetassem os ferimentos e alertassem as autoridades.
O advogado contou também que a tia-avó do menino, irmã do avô materno, chegou a ir a um posto da Guardia Civil para denunciar os abusos, mostrando imagens do menino com "um hematoma e hemorragia na têmpora". No entanto, foi-lhe dito que "era necessária uma queixa da mãe ou um relatório médico".
Câmara de Garrucha declara dia de luto e adia festividades de Natal
Após a morte do menino, a Câmara Municipal de Garrucha declarou um dia de luto e decidiu também adiar a inauguração da iluminação de Natal e a apresentação do presépio municipal devido aos "trágicos acontecimentos".
"Devido aos trágicos acontecimentos que envolveram a morte do menino de quatro anos, decidimos cancelar as atividades de hoje, incluindo a cerimónia de iluminação e a inauguração do presépio. Todas as atividades foram adiadas para domingo", informou a autarquia na rede social Facebook, agradecendo a "compreensão neste momento difícil".
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