Marques Mendes, o 'mosqueteiro' com esperança: "Temos de ser solidários"

  • 20/10/2025

O candidato presidencial Luís Marques Mendes deu esta segunda-feira uma entrevista à CNN Portugal, que arrancou com o tema da 'noite': o relatório preliminar sobre a tragédia com o Elevador da Glória, que arrasa a Carris. Também o tema da imigração, os conflitos internacionais e a relação com os Estados Unidos estiveram 'em cima da mesa'.

 

Confrontando sobre se o documento do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) desresponsabiliza o presidente reeleito da Câmara de Lisboa (CML), Carlos Moedas - que reagiu ao relatório dizendo que a tragédia "foi derivada de causas técnicas e não políticas" -, Marques Mendes sublinhou que os resultados eram preliminares e que preferia esperar pelo resultado final.

"Sendo um relatório preliminar, é preciso ter todas as cautelas, prefiro esperar pelo relatório definitivo. O que eu desejo é que o relatório definitivo seja muito claro: nas causas que deram origem a este brutal acidente e, claro, nas medidas que são precisas tomar", afirmou, considerando que "não há razão para que não se tenha a verdade rapidamente".

Ainda quanto a este assunto, Marques Mendes apontou que "já se percebeu" que há "grandes responsabilidades" da parte da Carris. Rejeitando que seja altura de fazer 'cabeças rolarem', disse: "Num acidente desta gravidade, com o número de mortos que ocorreu, não pode haver impunidade, tem de haver clareza e causas muito concretas".

No 'encerramento' deste tema, Marques Medes deixou bem claro que vão haver responsabilizações, não podendo a culpa 'morrer solteira': "Não pode nem vai acontecer. Foi uma pesadelo, uma tragédia. Haver uma solução de impunidade, branquear o que aconteceu... acho que nenhum português vai aceitar".Os presidentes passam e os países ficam. A relação transatlântica há de sobreviver a estas dificuldades

Marques Mendes falou ainda de assuntos internacionais, nomeadamente, em relação à guerra na Ucrânia e também ao Médio Oriente, apontando que tem esperança em dias melhores dias melhores e pela paz: "Quem tem um pensamento positivo, como eu, vê as dificuldades, mas também não perde a esperança".

Quanto ao conflito na Europa, Marques Mendes referiu que é "óbvio que "a Rússia tem tentações imperiais, quer ir mais longe" e por cima nas decisões tomadas por Kyiv também se joga o futuro da Europa. E falou mesmo no aumento da despesa no que à Defesa diz respeito, com o acordo sobre o aumento de investimento neste setor. Considerando que é uma "meta exigente e difícil de concretizar", nomeadamente, em relação aos 5% do PIB anunciados, Marques Mendes defendeu que é aí que é preciso jogar em equipa.

"Um cidadão de um país do sul, como Portugal, vê a ameaça mais distante, mas agora compete aos decisores políticos, no meu caso, fazer pedagogia, e explicar que mesmo que a ameaça possa estar mais distante, a ameaça existe. E de várias formas. Também nos toca a nós. E por isso é que o aumento das verbas da Defesa tem de ser para a Europa num todo, sem esquecer que o Artigo 5.º da NATO é muito claro: um por todos e todos por um. Temos de ser solidários", defendeu, numa referência ao lema conhecido dos 'Três Mosqueteiros', romance de Alexandre Dumas.

Mas o candidato às Presidenciais não defende apenas que a Europa tem de gastar "mais", mas também melhor, sendo necessária a existência uma estratégia por parte da NATO para saber no que cada país deve investir. "É preciso gastar mais, é preciso gastar melhor e é preciso gastar europeu", apontou.

Apesar de querer gastar 'cá dentro', Luís Marques Mendes também teve tempo para falar sobre os laços com os Estados Unidos - onde "não faz sentido" gastar tanto. Em relação à diplomacia, e falando até do incidente na Base das Lajes com aeronaves dos EUA, assunto devido ao qual o Ministro dos Negócios Estrangeiros vai ser ouvido, Marques Mendes desvendou como 'trataria' do assunto. "A questão colocar-se-ia no plano privado [...]. Se fosse Presidente da República, obviamente que teria sido uma matéria da conversa entre Presidente da República e primeiro-ministro", explicou, dando conta de que quem trata da política externa é o Executivo.

Mas em jeito de 'resumo', nas contas de Marques Mendes, a forte e antiga aliança com Washington é para ser mantida, mesmo que haja turbulência e ondas 'se levantem': "Os presidentes passam e os países ficam. A relação transatlântica há de sobreviver a estas dificuldades, porque ela é importante para a Europa e para o mundo".

"Aquela iniciativa tem muito de hipocrisia. A iniciativa em si, que foi de muitos ativistas do mundo"

Se mais cedo na conversa Marques Mendes considerou que mais valia haver um "acordo frágil do que não haver acordo nenhum" no caso do Médio Oriente - e condenado a situação em Gaza -, o candidato presidencial deixou algumas críticas à flotilha humanitária na qual seguiram quatro portugueses, incluindo a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua.

"Aquela iniciativa tem muito de hipocrisia. A iniciativa em si, que foi de muitos ativistas do mundo", afirmou, rejeitando que estivesse a criticar quem foi 'em si'. O candidato desvalorizou que a questão fosse a de dar mais visibilidade, dado que "Gaza já tinha visibilidade", nomeadamente, com a cobertura mediática que é feita.

Confrontando sobre se a situação poderia ter alguma relação com os resultados obtidos pelo Bloco de Esquerda, Marques Mendes marcou a sua posição, considerando que esse tipo de comentários eram de quem ocupava o cargo de comentador: "Sou uma pessoa contida no uso da palavra. Estar a comentar resultados eleitorais é tarefa de um comentador: não é a minha tarefa, nem como candidato nem como futuro Presidente".

A imigração, lei e Gouveia e Melo

Marques Mendes falou também da Lei dos Estrangeiros, recentemente promulgada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, depois de  a primeira versão, que levou 'luz vermelha' e seguiu até ao Tribunal Constitucional.

"As instituições funcionaram. O Governo aprovou, o Parlamento votou, o Presidente enviou ao Tribunal Constitucional e a Assembleia corrigiu. Uma pessoa só pode aplaudir. Mostra que a instituições funcionam", disse, acrescentado: "Do ponto de vista da substância, acho que a lei ficou melhor que na primeira versão".

Marques Mendes citou Jorge Sampaio, dizendo que a imigração era precisa, mas com "moderação". "Um visionário deste ponto de vista, justiça lhe seja feita", afirmou, rejeitando, quando confrontando com isso, se esta seria uma tática para chegar à Esquerda.

Note-se que de acordo com a mais recente sondagem da Pitagórica para a TVI, CNN Portugal, TSF, JN e O JOGO, Henrique Gouveia e Melo continua a ser o favorito para suceder a Marcelo Rebelo de Sousa na Presidência da República. No entanto, a (pequena) diferença entre Luís Marques Mendes coloca os dois candidatos presidenciais em empate técnico.

Em terceiro lugar surge António José Seguro, com 18,4%, seguido de André Ventura, com 13,9%.

Já baixo dos 10% aparecem João Cotrim de Figueiredo (9,1%), Rui Tavares (2,9%), António Filipe (2,5%) e Catarina Martins (1,9%).

Leia Também: "Quero ser o maestro da orquestra". O apoio do PS e prioridades de Seguro

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/politica/2874130/marques-mendes-o-mosqueteiro-com-esperanca-temos-de-ser-solidarios#utm_source=rss-ultima-hora&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

No momento todos os nossos apresentadores estão offline, tente novamente mais tarde, obrigado!

Top 5

top1
1. Raridade

Anderson Freire

top2
2. Advogado Fiel

Bruna Karla

top3
3. Casa do pai

Aline Barros

top4
4. Acalma o meu coração

Anderson Freire

top5
5. Ressuscita-me

Aline Barros

Anunciantes