Marina foi uma das vítimas de Epstein, aos 14 anos: "Do sonho a pesadelo"
- 04/09/2025
Marina Lacerda foi uma das mulheres que, na quarta-feira, esteve em Washington DC, onde um grupo de vítimas do falecido agressor sexual norte-americano Jeffrey Epstein esteve a pedir "transparência" ao Congresso dos EUA. O grupo apoiou uma iniciativa legislativa para pressionar o Departamento de Justiça a divulgar toda a documentação do caso.
Uma dessas mulheres que esteve a fazer a fazer essa 'pressão' - que contou com quatro republicanos, para além dos 212 democratas da Câmara -, falou com a ABC News.
Segundo o que disse, a casa de Epstein "era uma porta giratória de raparigas, a toda a hora entrava alguma".
"Se ele estivesse em Nova Iorque, passava uma semana inteira com o máximo de raparigas possível. Diria que ele tinha encontros com cinco a oito mulheres, talvez até mais, talvez dez", contou à emissora norte-americana.
Marian Lacerda vivia em Queens com a mãe e a irmã e aquilo que pareceu "uma proposta de sonho tornou-se num pesadelo". A mulher, hoje com 37 anos, terá tido uma proposta, aos de 14 anos, de uma colega que lhe disse que ela conseguiria 300 dólares para fazer massagens a um "homem mais velho".
Segundo contou à ABC News, ela começou por fazer massagens, mas acabou numa rede de abuso de menores, no qual Epstein estava envolvido.
As evidências dadas por Marina Lacerda terão permitido aos promotores do caso ter o "necessário" para levar à acusação e posterior condenação do empresário.
"Eu pensava que, se eu apenas jogasse o jogo, não seria mais só essa imigrante do Brasil, e teria algo a esperar do futuro", contou, dizendo que hoje se sente mais forte "em saber que a menina que lutava para sobreviver aos 14 ou 15 anos tem hoje, finalmente, uma voz".
Foram divulgados alguns ficheiros relativos a este caso na terça-feira, e que incluíam o áudio de um funcionário de Epstein a descrever a um polícia como "havia muitas raparigas muito, muito jovens" a visitar a casa, mas não conseguia afirmar com certeza se eram menores de idade.
Algumas das entrevistas com agentes do Departamento de Polícia de Palm Beach datam de 2005, de acordo com os registos de data e hora lidos pelos agentes no início dos ficheiros.
A maioria (senão todos) os documentos de texto publicados na terça-feira já eram públicos, de acordo com a agência Associated Press (AP).
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