Louvre defende qualidade das vitrinas que guardavam as joias roubadas
- 21/10/2025
"O Museu do Louvre sustenta que as vitrinas instaladas em dezembro de 2019 representaram um avanço considerável em termos de segurança, dado o grau de obsolescência do antigo equipamento, que, sem substituição, teria implicado a retirada das obras da vista do público", afirmou a direção do museu parisiense, em resposta a uma publicação do jornal satírico Le Canard Enchaîné.
O jornal satírico afirmou que "o roubo das joias da Coroa, que ocorreu na manhã de 19 de outubro, poderia provavelmente ter sido evitado se o Louvre não tivesse trocado as vitrinas que as albergam por outras supostamente mais seguras", referindo que as vitrinas atuais eram "aparentemente mais frágeis do que as antigas".
No domingo, os criminosos levaram apenas alguns minutos para entrar na Galeria de Apolo num elevador de mercadorias, partir rapidamente duas das três vitrinas instaladas no final de 2019 para guardar as joias preciosas, utilizando uma rebarbadora, e fugir com oito joias.
O Le Canard acrescentou que uma antiga vitrina blindada, instalada na galeria nos anos 1950 e equipada com um sistema que permite o seu desaparecimento "ao primeiro alarme" para um cofre, teria provavelmente evitado o roubo se tivesse sido mantida no local.
Contudo, a direção do museu argumentou que o antigo sistema, que foi equipado com um novo mecanismo nos anos 1980, "tornou-se inoperante e obsoleto, com as persianas laterais encravadas quando baixadas".
"Ocorreram vários acidentes, pondo em perigo as obras de arte", adiantou o museu,
Três novas vitrinas "que oferecem todas as garantias necessárias", incluindo as duas partidas no domingo, foram assim encomendadas na sequência de estudos lançados em 2014, acrescentou a direção.
Um grupo de quatro homens roubou joias no domingo de manhã, em poucos minutos e quando o museu já estava aberto com visitantes no interior, utilizando um empilhador estacionado na margem do rio Sena, fazendo-o subir até à altura de uma janela do primeiro andar do museu.
O grupo levou oito joias "de inestimável valor patrimonial", entre as quais a tiara da imperatriz Eugénia (mulher de Napoleão III, imperador de 1852 a 1870) e dois colares, disse no domingo o Ministério da Cultura francês.
A tiara da imperatriz Eugénia inclui 212 pérolas e 1998 diamantes, de acordo com a descrição patente no 'site' do Louvre, enquanto as peças pertencentes à rainha Maria Amélia contam com múltiplas safiras e centenas de diamantes.
O Louvre é o maior e mais visitado museu do mundo, com nove milhões de visitantes para verem parte das 35.000 obras que a instituição aloja nos seus 73 mil metros quadrados.
O museu foi encerrado na manhã de domingo, após o roubo, e deverá reabrir na quarta-feira.
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