Líbano apela a "pressão máxima" sobre Israel para travar ataques
- 18/09/2025
"O Líbano apela à comunidade internacional, em particular aos países que patrocinaram o acordo de cessar-fogo, para exercerem uma pressão máxima sobre Israel, de forma a pôr fim imediato aos seus ataques", declarou Salam durante uma reunião do Governo.
A França e os Estados Unidos são os principais garantes do cessar-fogo acordado em novembro de 2024, destinado a pôr fim a mais de um ano de hostilidades entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, apoiado pelo Irão.
O apelo de Salam surge na mesma altura em que o exército israelita anunciou que está a realizar ataques contra alvos do movimento xiita Hezbollah, no sul do Líbano, pouco depois de ter ordenado a evacuação de várias localidades da região.
"As Forças de Defesa de Israel iniciaram ataques contra alvos militares do Hezbollah no sul do Líbano", referiu um comunicado oficial, divulgado depois de o porta-voz do exército israelita, Avichay Adraee, ter anunciado a retirada das populações de três aldeias.
"Enviámos um aviso urgente aos residentes dos edifícios assinalados a vermelho nos mapas anexos e aos edifícios adjacentes nas seguintes aldeias: Mais al-Jabal, Kfar Tibnit e Dibbin", afirmou o porta-voz em língua árabe do exército israelita, citando uma nota informativa.
"É obrigatório evacuar imediatamente estes edifícios e os adjacentes e afastar-se pelo menos 500 metros. Permanecer nos edifícios coloca a vida em risco", advertiu o militar israelita.
Israel e o Hezbollah tinham acordado um cessar-fogo no Líbano, a ser supervisionado pelo Governo libanês, em vigor desde 27 de novembro de 2024, após uma escalada de bombardeamentos israelitas no final de setembro do ano passado.
Apesar disso, Israel mantém cinco posições ocupadas em território libanês, a partir das quais diz monitorizar o cumprimento do cessar-fogo. Sob este pretexto, lança ataques frequentes contra o país vizinho.
Desde outubro de 2023, a fronteira entre os dois países tornou-se palco de trocas diárias de projéteis, depois de o grupo xiita ter começado a atacar Israel em solidariedade com a população de Gaza.
Quando o cessar-fogo entrou em vigor, mais de 3.800 pessoas tinham morrido no Líbano, a maioria, cerca de 3.100, em setembro, quando Israel intensificou os bombardeamentos. Do lado israelita, foram contabilizados 78 mortos na sequência do lançamento de projéteis por parte do Hezbollah.
Desde o início do cessar-fogo no Líbano, Israel afirma ter morto mais de 240 "terroristas" (pessoas que associa ao Hezbollah) no país vizinho.
O Hezbollah faz parte do chamado "eixo de resistência" a Israel, liderado e financiado pelo Irão, que integra grupos extremistas como os palestinianos Hamas e Jihad Islâmica e os rebeldes huthis no Iémen.
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