Jovem de 13 anos matou assassino da família em estádio no Afeganistão
- 05/12/2025
Um homem condenado pela morte de pelo menos dez pessoas da mesma família, incluindo crianças, foi executado, na terça-feira, na cidade de Khost, no Afeganistão. Cerca de 80 mil pessoas terão assistido e, de acordo com a emissora afegã Amu, foi um adolescente de 13 anos, familiar das vítimas, que o matou.
Segundo a Associated Press, as mortes aconteceram no início do ano, quando este homem agora executado entrou numa casa de família e matou, pelo menos, uma mulher nove filhos.
O Supremo Tribunal do Afeganistão explicou foi oferecida aos familiares a opção de perdão e reconciliação, podendo a vida deste homem ser poupada se os familiares que lhes sobreviveram assim quisessem. Mas não quiseram e optaram por pedir o cumprimento da pena de morte.
Não se sabe se o jovem que disparou era filho ou não desta mulher, sabendo-se apenas que pertencia à mesma família. É também desconhecido se este estava na mesma casa ou não.
Mas, para além de a execução ser levada a cabo por um menor, o momento foi visto por dezenas de milhares de pessoas, que a imprensa internacional estima estar nos cerca de 80 mil. Entre estes milhares, estavam outras crianças e familiares das vítimas.
Na galeria acima, um vídeo mostra o estádio em que a a execução se realizou.
Nas redes sociais, o relator especial da Organização das Nações Unidas para o Afeganistão, Richard Bennet, publicou uma mensagem na rede social X a condenar a situação.
"A execução pública de um homem hoje [terça-feira] num estádio em Khost, no Afeganistão, terá sido realizada por um menino de 13 anos e presenciada por milhares de pessoas, incluindo crianças pequenas. Tais execuções constituem uma grave violação dos direitos humanos e da dignidade humana", escreveu.
Today’s public execution of a man in a sports stadium in Khost #Afghanistan was reportedly carried out by a 13 year old boy and seen by thousands, including young children. Such executions are a gross violation of human rights and dignity, and incompatible with Islamic law.
— UN Special Rapporteur Richard Bennett (@SR_Afghanistan) December 2, 2025
Note-se que, os talibãs impuseram uma interpretação "rigorosa" da leia islâmica quando voltaram ao poder em 2021, e que inclui o regresso de execuções publicas, assim como a proibição de ensino secundário e universitário para mulheres, assim como travam a possibilidade de estes exercerem a maioria das profissões.
Os castigos públicos têm vindo a ser realizados desde 2021 por outros crimes, como roubo ou consumo de álcool. Entre 1996 e 2001, as execuções públicas eram comuns. Desde que regressaram ao poder, pelo menos 12 pessoas terão sido executadas.
As ordens de execução são assinadas pelo líder supremo talibã, o emir Hibatullah Akhundzada, que vive num bastião a sul de Kandahar e governa o país através de decretos ou instruções.
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