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Israel agradece ao México por frustrar plano iraniano contra embaixador
- 08/11/2025
"Agradecemos aos serviços de segurança e às agências de aplicação da lei do México por frustrarem uma rede terrorista apoiada pelo Irão que procurava atacar o embaixador de Israel no México", referiu a diplomacia israelita num breve comunicado.
Um responsável das autoridades norte-americanas indicou à agência France-Presse (AFP) que o alegado plano envolvia o assassínio do diplomata.
"O plano foi frustrado e não representa, atualmente, uma ameaça", disse sob anonimato à AFP.
Segundo a mesma fonte, o plano foi delineado em 2024 pela Força Quds, o braço de operações estrangeiras da Guarda Revolucionária Islâmica, o exército ideológico do Irão, e foi fracassado este ano.
"Este é apenas o episódio mais recente de uma longa série de ataques mortais perpetrados pelo Irão contra diplomatas, jornalistas, dissidentes e qualquer pessoa que discorde deles, o que deveria ser motivo de séria preocupação para todos os países com presença iraniana", acrescentou o responsável norte-americano, sem fornecer mais detalhes.
Os serviços de informações dos Estados Unidos já tinham alertado que agentes iranianos procuravam alvos na América Latina, onde a República Islâmica se aliou ao Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
A missão iraniana na ONU, contactada pela AFP, recusou comentar estas alegações.
O plano terá tido origem após os ataques aéreos atribuídos a Israel em abril de 2024 ao anexo consular da Embaixada do Irão em Damasco, na Síria, que mataram vários membros da Guarda Revolucionária Islâmica.
O Irão, apoiante do grupo palestiniano Hamas, prometeu retaliar e lançou um ataque com mísseis e drones contra Israel.
Em junho passado, Israel lançou uma campanha de bombardeamentos sem precedentes contra o Irão, matando dirigentes iranianos, altas patentes militares e cientistas ligados ao programa nuclear da República Islâmica, bem como centenas de civis.
O Irão retaliou com mísseis e drones lançados contra Israel, num conflito aberto que durou 12 dias.
No final desta confrontação militar, as forças norte-americanas bombardearam três importantes instalações nucleares no centro do Irão, em 22 de junho.
Os serviços de informações de Israel acusaram em várias ocasiões a Força Quds de planear ataques contra alvos israelitas e judeus no estrangeiro.
Em 2024, a Austrália expulsou o embaixador do Irão, acusando Teerão de envolvimento em dois ataques contra uma sinagoga em Melbourne e outro contra um restaurante 'kosher' em Sydney.
Em 1994, um atentado bombista contra um edifício em Buenos Aires que albergava várias organizações judaicas matou 85 pessoas. Israel alegou na altura que o ataque foi levado a cabo pelo grupo xiita libanês Hezbollah a mando de Teerão.
No comunicado de hoje, a diplomacia de Telavive acrescentou que as autoridades israelitas "continuarão a trabalhar incansavelmente" em cooperação com as agências de segurança e de informações internacionais, "para frustrar as ameaças terroristas iranianas contra alvos israelitas e judeus em todo o mundo".
Quatro meses após os ataques israelitas e norte-americanos, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, afirmou no final de outubro que o Irão não aparenta estar a enriquecer urânio ativamente, embora tenha admitido a deteção recente de movimentos junto de instalações ligadas ao programa nuclear.
Anteriormente, por iniciativa de França, Reino Unido e Alemanha, a ONU restabeleceu em setembro as sanções contra o Irão, suspensas há dez anos.
Apesar de o Irão ter assinado, no mesmo mês no Cairo, um acordo com a AIEA para definir o restabelecimento da cooperação, os três países europeus criticaram a falta de colaboração de Teerão com a agência nuclear das Nações Unidas e apelaram para o reatamento das negociações com os Estados Unidos.
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