"Herói" de ataque em Sydney recebe cheque de 1,4 milhões de euros. Veja
- 20/12/2025
Ahmed al Ahmed, o "herói" da praia de Bondi, que conseguiu desarmar um dos atiradores no ataque que matou 15 pessoas, recebeu uma doação de 2,5 milhões de dólares australianos (cerca de 1,4 milhões de euros).
O homem de 43 anos e pai de duas meninas recebeu o cheque ainda deitado na sua cama de hospital, onde continua a receber tratamento pelos ferimentos de bala que sofreu no passado dia 14 de dezembro.
A notícia - e o cheque - foram entregues pelo criador de conteúdos Zachery Dereniowsky (que deu início à angariação de fundos na página Go Fund Me), que gravou o momento e o publicou nas suas redes sociais.
"Eu vim aqui com notícias de pessoas de todo o mundo. 43 mil pessoas angariaram para ti 2,5 milhões de dólares" australianos, revela o influencer.
A resposta imediata de Ahmed é: "Eu mereço isso?". Ao que Zachery responde, sem dúvidas: "Todos os cêntimos".
Questionado sobre o que diria a cada pessoa que doou dinheiro em seu nome Ahmed responde, de punho cerrado no ar, num apelo para que as pessoas se defendam mutuamente.
"Que estejam ao lado uns dos outros, todos os seres humanos, e que esqueçam tudo de mal que aconteceu no passado. Que continuem em frente a salvar vidas. Salvem vidas", reitera.
"Quando eu o fiz, quando salvei as pessoas, eu fi-lo de coração. Porque estava um bom dia, toda a gente estava a aproveitar, a celebrar com os filhos. Mulheres, homens, adolescentes… Toda a gente estava feliz e eles merecem aproveitar - é o seu direito", continua num sotaque cerrado e com alguma dificuldade em expressar-se em inglês. Ahmed, note-se, é de nacionalidade síria e muçulmano.
Para rematar, o "herói" de Bondi frisa que a Austrália é "o melhor país do mundo" e que os seus cidadãos não podem ficar parados a ver situações destas a acontecer. "Já chega", conclui.
Pode ver o momento em que Ahmed recebe a doação de 1,4 milhões de euros na nossa galeria acima.
Ahmed desarmou um dos atiradores e foi alvejado no processo
Na tarde do dia 14 de dezembro, um domingo, na praia de Bondi (manhã em Portugal), Ahmed estava a beber café com um primo, quando ouviu os disparos, contam os pais do homem à ABC.
O sírio deveria estar perto, porque, pouco depois, Ahmed avistou um dos atiradores agachado atrás de uma árvore e aparentemente a recarregar a arma de fogo. Ahmed aproximou-se por detrás do agressor, agarrando-o e acabando por conseguir retirar-lhe a arma. No entanto, não saiu ileso do encontro: foi na mão e no braço.
"Ao mesmo momento, o outro amigo dele [do homem armado] estava na ponte... parece que ele tinha uma espingarda de precisão, ou não sei. Ele tentou matá-lo [a Ahmed] e acertou-lhe no ombro", contou o pai do "herói".
— Georgia Bennett-Murphy (@georgia_bm_) December 14, 2025
O primo de Ahmed, que estava com ele no momento do ataque, contou ao The Australian, que ambos foram para trás dos carros estacionados, para se protegerem das balas que continuavam a ser disparados.
"Ele estava muito assustado e a dizer: 'Vou morrer, por favor não me deixes, diz à minha família'", contou Honzay Alkanj. Ahmed estava "com muitas dores", acrescentou.
"Quando ele fez o que fez, ele não estava a pensar em quem eram as pessoas que ele estava a salvar, as pessoas que estavam a morrer na rua", disse o seu pai.
Dupla de atiradores terá ligações ao Estado Islâmico
Os autores do tiroteio, Sajid, de 50 anos, de Naveed Akram, de 24 anos, eram pai e filho. O mais velho morreu após ser alvejado numa troca de tiros com as autoridades. Já Naveed também foi atingido, mas permanece vivo, embora em estado crítico no hospital, já sob custódia das autoridades.
As autoridades investigam a possibilidade de a dupla estar ligada ao Estado Islâmico.
Pouco antes do ataque, pai e filho tinham passado um mês no sul das Filipinas, um lugar onde o turismo não abunda devido ao seu passado ligado ao extremismo islâmico. Alguns órgãos internacionais noticiam que a dupla terá recebido treino militar.
Quem são as vítimas do tiroteio?
Os funerais das vítimas começaram na quarta-feira, 17 de dezembro. Entre os mortos encontravam-se dois rabinos (incluindo um dos organizadores do evento que foi alvo do ataque), um sobrevivente do Holocausto e uma menina de apenas 10 anos.





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