Financiamento da Ucrânia? "Esta semana é decisiva", diz Kaja Kallas
- 15/12/2025
"Esta semana é decisiva", disse Kaja Kallas, à entrada para uma reunião ministerial, em Bruxelas.
O último encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, com a participação de Paulo Rangel em representação do Governo português, ocorre dias antes do último Conselho Europeu de 2025, onde os 27 querem encontrar uma maneira de providenciar apoio financeiro à Ucrânia para os próximos dois anos.
No entanto, as negociações "estão cada vez mais difíceis", reconheceu a ex-primeira-ministra da Estónia.
Kaja Kallas considerou que a utilização dos ativos russos que estão congelados nos países da UE, uma das propostas em cima da mesa para discussão, continua a ser a maneira "mais credível" de resolver o problema para 2026 e 2027.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros discutem hoje a proposta de apoio à Ucrânia para os próximos dois anos, para tentar desbloqueá-la a tempo da reunião de líderes da União Europeia (UE), no final da semana.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, participa na reunião em Bruxelas encabeçada por Kaja Kallas.
Apesar de haver outros tópicos - nomeadamente o caminho democrático que a Síria está a fazer um ano após a queda do regime de Bashar al-Assad e ao cessar-fogo cada vez mais ténue entre Israel e o movimento radical Hamas, que administrava o enclave palestiniano da Faixa de Gaza -- a reunião vai estar centrada no apoio à Ucrânia para 2026 e 2027, e na proposta da Comissão Europeia para utilizar os recursos russos imobilizados na UE para pagar a destruição perpetrada por Moscovo.
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Sybiha, vai participar por videoconferência e deverá fazer uma atualização dos esforços negociais com os Estados Unidos da América (EUA), das quais a UE foi excluída por Washington, ainda que o acordo com a Rússia possa delinear a nova arquitetura de segurança da Europa.
Na última sexta-feira, a UE aprovou, por maioria e com os votos contra da Hungria e Eslováquia, uma decisão para manter os ativos russos imobilizados indefinidamente no espaço comunitário, servindo de base ao empréstimo de reparações à Ucrânia.
De momento, decorrem encontros bilaterais em Bruxelas para tentar desbloquear as opções de financiamento europeu ao país invadido pela Rússia em fevereiro de 2022.
Há duas semanas, a Comissão Europeia propôs um polémico empréstimo de reparações com base em ativos russos congelados e um crédito de menor dimensão assente no orçamento da UE, para apoiar a Ucrânia em 2026 e 2027.
A primeira proposta enfrenta a oposição da Bélgica, país que acolhe a maior parte dos ativos russos congelados (através da Euroclear) e que exige garantias e compromissos claros dos outros Estados-membros para se proteger juridicamente, já que não quer assumir o risco de poder ficar sem as verbas se a Rússia não pagar reparações.
O tema será discutido pelos líderes da UE na cimeira que decorre dentro de duas semanas, num encontro de alto nível que é visto como decisivo para chegar a acordo já que a Ucrânia fica sem financiamento disponível na próxima primavera.
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