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Falha na contagem dos votos nas Honduras deveu-se a "problemas técnicos"
- 07/12/2025
Hall manifestou a intenção de "diminuir a incerteza" entre os hondurenhos, afirmando em declarações aos jornalistas que queria "deixar bem claro que este CNE tem a firme vontade de que a divulgação seja contínua", e que a falha se deveu a "problemas técnicos alheios ao plenário", "alheios à equipa técnica, e próprios da empresa adjudicada".
Por sua vez, a conselheira Cossette López sublinhou que "todo o processo eleitoral tem sido uma batalha constante, gostaríamos que esta etapa fosse diferente, mas infelizmente não é".
Hall, representante do CNE pelo Partido Liberal, conservador, foi acompanhada pela conselheira Cossette López, do também conservador Partido Nacional, que lidera a contagem dos votos até sexta-feira, quando o sistema deixou de funcionar.
O terceiro conselheiro, Marlon Ochoa, do Partido Libertad y Refundación (esquerda), no poder, que na sexta-feira acusou estar em curso um golpe e uma fraude eleitoral pelos partidos da direita, através de um plano que descreveu como "sinistro", não esteve presente na conferência de imprensa.
"O projeto pré-concebido com o CNE infelizmente não foi possível devido a problemas técnicos alheios à vontade daqueles que estão à frente. Continuamos a trabalhar com afinco, enquanto outros procuram munições para desarmar o processo e a sua legitimidade. Todos os problemas técnicos evidenciam a dependência que existe no projeto legislativo estabelecido para o Conselho Nacional Eleitoral, com empresas às quais devem ser adjudicados", afirmou López.
A expressão de López tem como referência o Libertad y Refundación, que pediu este sábado a anulação das eleições presidenciais.
López disse ainda que a lei eleitoral estabelece a adjudicação da gestão do processo a uma empresa, o que foi feito, e que foram estabelecidos parâmetros nos termos de referência para cumprir a continuidade da divulgação da contagem dos votos e todos os outros processos, mas, "infelizmente, a parte técnica comprometeu a continuidade do que projetamos regulamentarmente".
Segundo López, os inconvenientes técnicos que têm sido enfrentados e comunicados também afetaram a etapa do processo destinada a completar a divulgação da totalidade das atas, mas "foram adotadas medidas corretivas para garantir a conclusão rápida, segura, confiável e transparente da contagem geral, ou seja, da disputa presidencial e também dos outros níveis seletivos".
Com 88,02% das atas escrutinadas até sexta-feira, quando o sistema de contagem caiu, o candidato do Partido Nacional, Nasry 'Tito' Asfura, somava 1.132.321 votos (40,19%), enquanto Salvador Nasralla, candidato presidencial do Partido Liberal, tinha 1.112.570 (39,49%), de acordo com os resultados oficiais preliminares do CNE, que sofreram várias interrupções desde o próprio dia das eleições.
A candidata pelo Partido Liberdade e Refundação, Rixi Moncada, com aspirações de ser a sucessora da primeira mulher Presidente de Honduras, Xiomara Castro, seguia a um distante terceiro lugar, com 543.675 votos (19,30%).
Ochoa acusou na sexta-feira uma série de acontecimentos "não isolados", que "fazem parte de uma operação coordenada entre forças internas do sistema bipartidário e uma interferência estrangeira aliada [de um dos partidos da direita], que está a impor uma decisão eleitoral que pertence ao povo soberano".
O conselheiro do CNE alertou para um "golpe eleitoral" através de um plano que alegadamente envolve os outros dois membros do conselho e a empresa responsável pela contagem preliminar dos votos.
Isto é agravado pela "ingerência estrangeira", acusou ainda Ochoa, numa referência ao apoio público do Presidente norte-americano, Donald Trump, ao candidato conservador Nasry Asfura.
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