Estudo. Como o nariz poderá ajudar a diagnosticar a doença de Alzheimer
- 21/10/2025
Um novo estudo, conduzido por cientistas do German Center for Neurodegenerative Diseases (DZNE) e do Ludwig-Maximilians-Universität München (LMU), publicado no jornal Nature Communications, revelou que as alterações no olfato poderão ser um sinal inicial da doença de Alzheimer.
Segundo a BestLife, os investigadores examinaram ratos saudáveis e ratos com Alzheimer, focando-se sobretudo na zona do locus coeruleus, um núcleo no tronco cerebral que é a principal fonte de noradrenalina no cérebro e que controla o olfato.
A equipa percebeu que os ratos com Alzheimer apresentaram uma degeneração precoce das fibras nervosas vitais do locus ceruleus, muitos antes da doença começar, efetivamente, a progredir.
O estudo foi feito então alargado para seres humanos. Os resultados indicam que o tecido cerebral retirado de doentes diagnosticados com a doença apresentavam os mesmos sinais de degeneração dos bulbos olfatórios, que formam os nervos cranianos do olfato (nervos olfatórios).
O que significam estas descobertas?
Os cientistas apuraram que as células imunológicas conhecidas como 'micróglia' começaram a funcionar de forma incorreta, o que influencia a capacidade de sentir cheiros.
"O locus coeruleus regula uma variedade de mecanismos fisiológicos. Estes incluem, por exemplo, o fluxo sanguíneo cerebral, os ciclos de sono-vigília e o processamento sensorial. Este último aplica-se, em particular, ao olfato", afirmou Lars Paeger, um dos cientistas envolvidos no estudo.
"O nosso estudo sugere que, no início da doença de Alzheimer, ocorrem alterações nas fibras nervosas que ligam o locus ceruleus ao bulbo olfatório", realçou.
Ou seja, os resultados do estudo mostram que a perda de olfato pode ser um sinal precoce da doença de Alzheimer. Estas descobertas poderão ajudar os médicos a diagnosticar a doença mais cedo e a iniciar um tratamento - que se revela mais eficaz no início.
“As nossas descobertas podem abrir caminho para a identificação precoce de pacientes com risco de desenvolver Alzheimer, permitindo que sejam submetidos a testes abrangentes para confirmar o diagnóstico antes que surjam problemas cognitivos", Joachim Herms, outros dos investigadores.