Estado Islâmico celebra atentado em Sydney mas não o reivindica
- 19/12/2025
Num editorial do seu panfleto semanal al-Naba e com o título "Orgulho de Sydney", a organização terrorista observou que, embora "ainda não tenha tido a oportunidade de confrontar diretamente os judeus, os seus soldados e simpatizantes", "nunca deixou de tentar planear ataques contra eles em todo o lado".
O ataque de domingo na praia de Bondi foi realizado por dois muçulmanos, pai e filho, contra uma multidão que assinalava a festividade judaica Hanukkah.
O pai foi abatido no local pela polícia e o filho, de 24 anos, ficou gravemente ferido num ataque que as autoridades australianas enquadraram como terrorista e antissemita e que acreditam ter sido inspirado nos padrões do EI.
No texto divulgado no seu panfleto, a organização terrorista referiu que o ataque de Sydney seguiu os seus apelos para visar judeus e cristãos durante os seus feriados e encontros.
"Transformaram o feriado de Hanukkah num funeral", comentou a organização, tratando os dois atacantes como "leões".
Na quarta-feira, a polícia australiana apresentou 59 acusações, incluindo 15 por homicídio e uma por terrorismo, contra Naveed Akram, o atacante sobrevivente em Sydney.
A Equipa Conjunta de Combate ao Terrorismo de Nova Gales do Sul declarou que o acusado ficou sob custódia policial no hospital, onde permanece internado com ferimentos graves depois de sair do estado de coma.
O ataque, que durou cerca de nove minutos, matou 15 pessoas, com idades entre os 10 e os 87 anos, e feriu outras 42 entre a multidão que festejava o Hanukkah.
Este caso é muito semelhante aos atropelamentos em massa ocorridos no primeiro dia do ano em Nova Orleães, nos Estados Unidos, que deixaram 15 mortos e dezenas de feridos, em que ao atacante assumia inspiração no EI, que também não reivindicou qualquer envolvimento.
O atentado na Austrália gerou reações políticas, com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a exigir na terça-feira que os governos ocidentais tomem medidas contra o antissemitismo e garantam a segurança das comunidades judaicas em todo o mundo.
"Seria prudente que acatassem os nossos alertas. Exijo que ajam já", declarou Netanyahu.
Logo na noite de domingo, o primeiro-ministro israelita acusou Camberra de ter "alimentado o fogo do antissemitismo" muito antes deste ataque, sobretudo quando reconheceu o Estado da Palestina em setembro, juntamente com outros países ocidentais, incluindo Portugal.
Esta relação foi recusada pelo primeiro-ministro australiano, ao mencionar que a maioria dos Estados já reconhece a Palestina.
No entanto, Anthony Albanese anunciou hoje reformas legais para fortalecer o combate contra "aqueles que disseminam ódio, divisão e radicalização".
O líder australiano explicou que o Ministério Público e o Ministério do Interior vão começar a trabalhar num pacote de medidas que inclui a criação de um crime agravado de discurso de ódio para pregadores e líderes que promovem a violência, bem como penas mais severas para discursos de ódio que incitam atos violentos.
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