Empresários pedem retoma de escoltas para circulação em Cabo Delgado

  • 16/07/2025

"Até neste momento estamos a contabilizar 104 viaturas [interpeladas], até no sábado, é um número maior, aterroriza, porque o resgate é maior, os valores ali variam de 200 a 350 mil meticais [2.691 a 4.710 euros], imagina se você não tem, a viatura vai em cinza", disse, em declarações à comunicação social, Mamudo Irache, da Confederação das Associações Económicas -- CTA, maior representante do setor privado moçambicano.

 

Segundo o representante provincial, a alegada cobrança de valores por supostos grupos insurgentes como condição para circular ocorre desde janeiro, no troço entre a localidade de Awasse, no distrito de Mocímboa da Praia, e no distrito de Macomia, antes palcos de sucessivos ataques de grupos terroristas.

Além da cobrança de dinheiro, Mamudo Irache alertou também para o aumento de raptos em vias que ligam os distritos mais à norte de Cabo Delgado, face à retirada de escoltas militares, uma medida que, até há pouco tempo, funcionava principalmente no trajeto entre Macomia e Awasse.

"Nesta primeira fase que as incertezas acontecem pedíamos a retoma de escolta, este é o primeiro ponto. Retomando a escolta, obviamente, os empresários se sentiriam seguros", disse o responsável, pedindo também que sejam colocadas posições militares em zonas consideradas perigosas.

"Como são as áreas identificadas [onde] sempre têm acontecido os atos de raptos, colocarmos uma posição permanente nesta via se calhar isso poderia ajudar a nós, como empresários, e poderia ajudar a região", referiu o presidente do conselho empresarial de Cabo Delgado.

Numa menção a um encontro com o governo provincial, ocorrido na terça-feira, o Presidente da Associação dos Transportadores Rodoviários de Cabo Delgado, Cassimo Ibraimo, referiu ter apresentando o mesmo problema, reiterando que a "situação é preocupante" em Cabo Delgado.

"Tivemos um encontro ontem sobre isto e colocamos como um desafio e pedimos que o governo nos ajude neste contexto. Você quer viajar, [mas] sem dinheiro já não passa, então já colocamos esse assunto ao governador da província", disse aos jornalistas Cassimo Ibraimo.

A estrada entre Macomia e Awasse é uma das poucas vias asfaltadas que liga os distritos mais a norte da província, entre os quais está Muidumbe, Mocímboa da Praia, Mueda, Nangade e Palma.

A província de Cabo Delgado, situada no norte do país, rica em gás, enfrenta desde 2017 uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.

As novas movimentações de extremistas no norte de Moçambique incluem Niassa, província vizinha de Cabo Delgado, onde, desde que se iniciaram, em 29 de abril, provocaram pelo menos a morte de dois guardas florestais que foram decapitados.

Leia Também: Cabo Delgado. Maio com aumento mais acentuado de violência desde 2022

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2823228/empresarios-pedem-retoma-de-escoltas-para-circulacao-em-cabo-delgado#utm_source=rss-ultima-hora&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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