Elevador. Verdes exigem esclarecimentos de Moedas sobre irregularidades
- 21/10/2025
A exigência de explicações por parte do Partido Ecologista Os Verdes segue-se ao relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) sobre as causas do acidente que, em 03 de setembro, causou a morte a 16 pessoas, além de cerca de duas dezenas de feridos, a que a Lusa teve acesso.
Num comunicado, o grupo do partido ecologista na Assembleia Municipal de Lisboa realçou que o relatório preliminar "dá conta de falhas bastante graves, no equipamento e na manutenção, cuja existência não pode ser relativizada, nem remetida apenas para um pendor técnico".
"Assim, é preciso um esclarecimento cabal por parte do presidente da Câmara Municipal, que tutela a Carris, das razões que levaram a tamanhas irregularidades, por um lado, e, por outro lado, como é que se vai urgentemente implementar as recomendações, que mais devem ser vistas como diretrizes, para garantir um efetivo sistema de segurança nos funiculares de Lisboa", defendeu o grupo.
O relatório preliminar revela que o cabo que unia as duas cabinas do elevador da Glória e que cedeu no seu ponto de fixação da carruagem que descarrilou não respeitava as especificações da Carris, nem estava certificado para uso em transporte de pessoas e já apresentava uma situação de desgaste.
Este organismo público detetou falhas e omissões na manutenção do ascensor, da responsabilidade de uma empresa prestadora de serviços, incluindo procedimentos registados como cumpridos, mas efetivamente não realizados.
Aponta ainda falta de formação dos funcionários e de técnicos especializados em funiculares, além da falta de controlo e supervisão pela Carris dos trabalhos efetuados pela empresa prestadora do serviço.
Na sequência do relatório, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, disse que o acidente foi derivado de causas técnicas e não políticas.
"Estas conclusões preliminares são extremamente preocupantes e não se restringem apenas a questões técnicas, mas também políticas", consideram Os Verdes, salientando que vão levar o assunto a discussão na Assembleia Municipal de Lisboa.
No relatório, o GPIAAF recomenda à Carris que não reative os ascensores de Lisboa "sem uma reavaliação por entidade especializada", e ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes que implemente um quadro regulamentar apropriado.
Leia Também: Vereadores do PS em Lisboa exigem demissão da administração da Carris