Elevador da Glória já tinha descarrilado em 2018. "Ninguém disse nada"

  • 04/09/2025

As razões que levaram ao descarrilamento do Elevador da Glória, em Lisboa, na quarta-feira, 3 de setembro, ainda estão por apurar. No entanto, nas redes sociais (e não só) há dedos já apontados, que recordam a falta de investimento na Carris, empresa municipal responsável pelo ascensor acidentando, que fez 16 vítimas mortais e mais de 20 feridos.

 

Basta uma pequena pesquisa para perceber que muitos internautas foram rebuscar notícias já antigas sobre o tema em questão.

"Moedas retira 4 milhões de euros à Carris e dá-os à Web Summit", é uma das  amplamente partilhadas.

Já outra notícia remete para 2018, altura em que o Elevador da Glória descarrilou e "ninguém disse nada".

Esta notícia, escrita originalmente pelo jornal Público, é também citada agora pelo jornal francês Le Figaro

"É claro que houve aqui incúria"

Como recorda o jornal francês, no dia 7 de maio de 2018, o Elevador da Glória tinha descarrilado, só que sem vítimas. A informação acabou por ser pouco vínculada e até "abafada", como alguns internautas defendem.

No entanto, na altura, o Público noticiou que se tratava de uma "grave falta de manutenção", que poderia ter tido graves consequências.

O ascensor teve um mês sem trabalhar, mas acabou por 'voltar aos carris', sem que a empresa emitisse um comunicado sobre o acidente.

"O que aconteceu, porém, revela graves falhas na manutenção dos rodados dos veículos que podem ser vistas a olho nu. As rodas de um veículo ferroviário têm um verdugo, uma saliência lateral que lhes permite serem guiadas pelo carril. Para evitar que esse verdugo se desgaste, as rodas devem ser torneadas periodicamente a fim de manter essa saliência entre a roda e o carril", notou o jornal na altura do primeiro descarrilamento, revelando que, segundo várias testemunhas, "no caso do Elevador da Glória, o desgaste da roda era quase total, o que levou a que os rodados do ascensor saltassem para fora dos carris".

Ao Público, na altura, António Carloto, da APAC (Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos de Ferro) assegurou: "Descarrilou e desta vez não houve consequências. Da próxima poderá não ser assim. É claro que houve aqui incúria".

Além da Carris, que nunca chegou a responder às perguntas do Público sobre o assunto, também a Câmara Municipal de Lisboa, que na altura era governada por Fernando Medina, e a empresa subcontratada responsável pela manutenção dos elevadores da Carris não responderam.

Sete anos depois desse descarrilamento, um trágico acidente acabou mesmo por acontecer, matando 16 pessoas e deixando mais de 20 feridas, algumas das quais com gravidade.

Sabe-se agora que o "novo concurso para manutenção do elevador da Glória foi cancelado em agosto devido ao preço" e que os trabalhadores da Carris, apresentaram "queixas sucessivas" quanto à necessidade de manutenção dos elevadores, inclusive o da Glória.

Apesar disso, o presidente da Carris, Pedro de Brito Bogas, já veio afirmar que a manutenção do elétrico que descarrilou em Lisboa na quarta-feira foi assegurada "escrupulosamente".

"O protocolo de manutenção foi escrupulosamente respeitado", afirmou Brito Bogas, revelando que a última manutenção geral do Elevador da Glória foi feita em 2022, realizando-se de quatro em quatro anos, mas que o plano prevê também manutenção semanal e mensal e inspeções diárias, que foram realizadas.

Leia Também: Descarrilamento: CML exige à Carris "investigação externa independente"

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/pais/2848404/elevador-da-gloria-ja-tinha-descarrilado-em-2018-ninguem-disse-nada#utm_source=rss-ultima-hora&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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