Detidos por assalto ao Louvre admitem estar "parcialmente" envolvidos
- 30/10/2025
Os dois suspeitos detidos pelas autoridades francesas no âmbito da investigação ao assalto no Museu do Louvre, em Paris, confessaram estar “parcialmente” envolvidos no roubo.
Em conferência de imprensa a procuradora de Paris, Laure Beccuau, revelou ainda que, para já, “não há qualquer prova de que os ladrões tenham beneficiado de ajuda interna” no museu, disse, citada pela Sky News.
A responsável jurídica informou ainda que um dos suspeitos é um homem de 34 anos, da Argélia, que vive em França desde 2010. O suspeito foi detido no aeroporto Charles de Gaulle, no norte de Paris, com um bilhete apenas de ida para o país de origem.
Beccuau contou que o homem estava a viver em Aubervilliers, um subúrbio parisiense, e já era conhecido pelas autoridades, principalmente por infrações de trânsito.
O segundo suspeito, um homem de 39 anos, foi detido na sua residência também em Aubervilliers: “Não há nenhuma prova que sugira que ele estava prestes a sair do país”, afirmou Beccuau.
Também este detido era já conhecido pela polícia, devido a vários roubos. Relativamente ao assalto ao Louvre, Beccuau avançou que o ADN deste suspeito foi encontrado numa das vitrines onde as joias estavam expostas e ainda em outros objetos, deixados para trás pelos ladrões.
Ambos os homens enfrentam acusações preliminares de roubo cometido por um grupo organizado e de conspiração criminosa.
De acordo com a legislação francesa sobre roubo organizado, a detenção pode durar até 96 horas - prazo que termina no final do dia de hoje, altura em que o Ministério Público deve apresentar acusações, libertar os detidos ou pedir a um juiz o prolongamento da medida.
Durante a conferência de imprensa, a procuradora admitiu ainda que o grupo que levou a cabo o assalto pode ter tido mais do que quatro pessoas. Contudo, até ao momento, as “câmaras revelaram a presença de quatro homens” apenas.
Beccuau confirmou também que não foi possível recuperar qualquer uma das joias roubadas.
Na manhã desta quarta-feira, o chefe da Polícia de Paris, Patrice Faure, disse, perante senadores, que os sistemas envelhecidos e as demoras nas atualizações deixaram fragilidades no museu.
"Não foi dado um passo tecnológico necessário", afirmou, observando que partes da rede de videovigilância ainda são analógicas, o que produz imagens de menor qualidade e mais lentas na partilhar em tempo real.
Um projeto de modernização há muito prometido, avaliado em 79,7 milhões de euros e a exigir cerca de 60 quilómetros de novos cabos, "não estará concluído antes de 2029 ou 2030", adiantou.
Faure avançou também que a autorização do Louvre para operar as câmaras de segurança expirou em julho e não foi renovada - falha burocrática que muitos veem como símbolo de negligência generalizada, depois de os ladrões terem forçado uma janela da Galeria Apollo, cortado vitrinas com ferramentas elétricas e fugido com oito peças das joias da coroa francesa em poucos minutos, enquanto turistas ainda se encontravam no interior.
"Os agentes chegaram extremamente depressa", disse Faure, acrescentando, no entanto, que o atraso ocorreu antes: "entre a deteção inicial, a segurança do museu, a linha de emergência e o comando policial".
Segundo o responsável, o primeiro alerta às autoridades não veio dos alarmes do museu, mas de um ciclista no exterior, que ligou para o número de emergência após ver homens de capacete com uma plataforma elevatória.
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