Comissão do Vaticano afasta possibilidade de ordenar diaconisas
- 05/12/2025
Nomeada pelo Papa Francisco em 2020, esta comissão divulgou hoje as suas conclusões, que referem "que não pode haver um diaconado para as mulheres, entendido como um grau do sacramento da Ordem", embora acrescentando que, "por enquanto, não é possível formular um juízo definitivo, como no caso da ordenação sacerdotal".
O diaconado na Igreja Católica, que existe apenas para os homens, é o grau de consagração inferior ao sacerdócio, permitindo a pregação e a administração de alguns sacramentos, como o batismo, mas não a celebração da missa.
A primeira comissão foi inconclusiva devido a divergências entre os seus membros.
O cardeal italiano Giuseppe Petrocchi, que presidiu à segunda comissão, refere no relatório que "o 'status quo' em relação à investigação histórica e à investigação teológica, consideradas nas suas implicações mútuas, impede a possibilidade de avançar para a admissão das mulheres ao diaconado, entendido como um grau do sacramento da Ordem".
Citado pela agência noticiosa espanhola EFE, indica ainda que "à luz da Sagrada Escritura, da Tradição e do Magistério da Igreja, esta avaliação é convincente, embora não permita, de momento, um juízo definitivo, como no caso da ordenação sacerdotal".
O estudo para este relatório de sete páginas foi concluído em fevereiro e enviado em setembro para o Papa Leão XIV, que decidiu divulgá-lo agora.
Segundo a Agência Ecclesia, o cardeal Petrocchi sublinha, nas conclusões, que existe "uma intensa dialética" entre duas orientações teológicas.
Os apoiantes do diaconado feminino argumentam que "a tradição católica e ortodoxa de reservar a ordenação diaconal (mas também a sacerdotal e episcopal) apenas para os homens parece contradizer a igualdade de estatuto entre homens e mulheres à imagem de Deus".
Já os opositores sustentam que "a masculinidade de Cristo, e portanto a daqueles que recebem as Ordens Sagradas, não é acidental, mas parte integrante da identidade sacramental, preservando a ordem divina da salvação em Cristo" e que "alterar esta realidade não seria um simples ajustamento do ministério, mas uma perturbação do significado nupcial da salvação".
Por outro lado, o relatório abre a possibilidade de estabelecer novos ministérios que as mulheres poderiam exercer para promover a sinergia com os homens.
A recomendação de que "o acesso das mulheres aos ministérios estabelecidos para o serviço comunitário seja alargado (...), garantindo assim o adequado reconhecimento eclesial do diaconado dos batizados, particularmente das mulheres", contou com nove votos a favor e um contra.
"Este reconhecimento será um sinal profético, especialmente onde as mulheres ainda sofrem discriminação de género", adianta, segundo a EFE.
Cinco homens e cinco mulheres integravam esta segunda comissão, além do referido presidente e do secretário, Denis Dupont-Fauville, membro da Congregação para a Doutrina da Fé.
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