China apoia autoridades de Hong Kong e rejeita ingerências no caso Jimmy Lai
- 15/12/2025
"O Governo central apoia firmemente a região administrativa especial na defesa da segurança nacional, em conformidade com a lei, e na repressão de atos criminosos que coloquem em perigo essa segurança", afirmou o porta-voz da diplomacia chinesa, Guo Jiakun, em conferência de imprensa.
"A China manifesta o seu forte descontentamento e firme oposição às calúnias e difamações descaradas por parte de alguns países contra o sistema judicial de Hong Kong", acrescentou.
Jimmy Lai foi hoje considerado culpado de conluio com entidades estrangeiras ao abrigo da lei de segurança nacional imposta por Pequim em 2020 e revista em 2024, em resposta aos protestos antigovernamentais, por vezes violentos, de 2019.
O fundador do jornal Apple Daily, atualmente banido, foi ainda condenado por "publicações sediciosas" relativas a 161 artigos, incluindo editoriais assinados com o seu nome.
O Tribunal Superior de Hong Kong marcou para 12 de janeiro uma audiência, com a duração máxima de quatro dias, onde a defesa de Lai, de 78 anos, poderá apresentar eventuais atenuantes, antes de a sentença ser conhecida.
Os três crimes de que o cidadão britânico foi considerado culpado podem acarretar a pena de prisão perpétua.
Lai foi julgado por três juízes, incluindo a lusodescendente Susana D'Almada Remedios, escolhidos pelo Governo para lidar com casos ligados à lei de segurança nacional imposta em 2020 por Pequim, para pôr fim à dissidência em Hong Kong.
"Não temos dúvidas de que [Lai] nunca se desviou da sua intenção de desestabilizar o Governo", afirmou a juíza Esther Toh, ao ler parte da decisão, cujo documento completo tem 855 páginas.
A magistrada disse que as provas demonstram que, ainda antes da aprovação da lei de segurança nacional, o magnata já tinha feito "convites constantes" aos Estados Unidos para ajudar a derrubar as autoridades chinesas, não apenas em Hong Kong.
O tribunal considerou que Lai era o cérebro de uma conspiração que procurava a queda do Partido Comunista Chinês, mesmo que isso significasse sacrificar o povo da China e de Hong Kong, acrescentou Toh.
Durante o julgamento, que começou em dezembro de 2023, Lai declarou-se inocente e afirmou nunca ter defendido o separatismo ou a resistência violenta. Também negou ter apelado a sanções ocidentais contra a China e Hong Kong, cidade vizinha de Macau.
"Os valores fundamentais do Apple Daily são, na verdade, os valores fundamentais do povo de Hong Kong (...) [incluindo] o Estado de direito, a liberdade, a busca da democracia, a liberdade de expressão, a liberdade de religião, a liberdade de reunião", argumentou.
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