Chanceler alemão pede a EUA que convença russos a aceitar plano
- 18/12/2025
"Trata-se agora de apresentar à Rússia a posição conjunta da Ucrânia, da UE e dos Estados Unidos e de exortar a Rússia a pôr fim à guerra com base neste plano", disse Friedrich Merz no parlamento em Berlim.
O chefe do Governo alemão disse que este é o "próximo passo" no processo após negociações realizadas desde domingo, e que cabe a Washington dá-lo, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
Merz fez perante uma comissão de controlo parlamentar um balanço das conversações que representantes europeus, norte-americanos, ucranianos e da NATO mantiveram em Berlim no domingo e na segunda-feira.
Disse que foram reformuladas "de forma fundamental" as propostas que Washington tinha formulado há quatro semanas, e que ficaram resumidas num plano de 20 pontos.
Merz não se referiu à questão das concessões territoriais que Kiev se recusa a fazer a Moscovo, que reconheceu permanecer em aberto numa conferência de imprensa na segunda-feira com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Questionado sobre a proposta europeia de enviar uma força de paz multinacional para a Ucrânia como garantia de segurança após o fim do conflito, Merz não quis dizer se equaciona o envio de soldados alemães.
"Há perguntas que não se podem responder com um sim ou com um não", argumentou.
Esta questão deve ser resolvida uma vez alcançada a prioridade atual, que é chegar a um cessar-fogo, assinalou.
O líder alemão prometeu, no entanto, que não se voltará a cometer o erro de 2014 --- quando a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia --- de deixar Kiev desprotegida perante uma agressão.
Merz disse ainda que a "firme intenção" do Governo que lidera é continuar a apoiar a Ucrânia durante semanas, meses ou mesmo anos, para impedir que a Rússia leve a avante e imponha uma alteração violenta das fronteiras.
Com base na proposta de paz da Ucrânia e aliados, Kiev limitaria a 800.000 o número de efetivos do exército e não integraria a NATO.
Obteria, porém, dos aliados ocidentais garantias de segurança semelhantes às da aliança e acolheria uma força de paz europeia, à qual se uniria um mecanismo de vigilância do cessar-fogo supervisionado por Washington.
Merz e Zelensky admitiram na segunda-feira que ainda não foi alcançado um consenso sobre a questão territorial.
A Ucrânia recusa-se a entregar à Rússia as partes do Donbass (constituído por Donetsk e Lugansk) que ainda controla e mostra-se cética perante a proposta norte-americana de as converter numa zona económica desmilitarizada.
Numa quase antecipação à resposta à nova proposta, o Presidente russo, Vladimir Putin, prometeu hoje que a Rússia conquistará pela força os seus "territórios históricos" na Ucrânia se a diplomacia não acomodar os interesses de Moscovo.
"Se o adversário e os seus patrocinadores estrangeiros se recusarem a falar sobre isso, a Rússia alcançará a libertação dos seus territórios históricos pela via militar", afirmou Putin perante a cúpula das forças armadas e Ministério da Defesa.
Putin reafirmou que se mantêm os objetivos da "operação militar especial" na Ucrânia, a designação oficial da invasão que ordenou em fevereiro de 2022.
Desde então, Moscovo declarou como anexadas as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, depois de ter feito o mesmo à Crimeia em 2014.
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