Carro a gasóleo ou a gasolina? Foi isto que aconteceu aos combustíveis
- 21/10/2025
A semana começou com um comportamento diferente dos preços dos combustíveis, com o gasóleo a ficar mais barato e a gasolina a manter o seu preço, de acordo com os preços médios divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) no site Preços dos Combustíveis Online.
A gasolina simples 95 passou de 1,698 euros por litro para 1,697 euros por litro entre sexta e segunda-feira, ao passo que o gasóleo simples baixou de 1,541 euros por litro para 1,527 euros por litro, menos 1,4 cêntimos, também no mesmo período.
O que diziam as previsões?
As previsões, recorde-se, apontavam para uma manutenção do preço da gasolina nos níveis da semana passada e para uma redução de 1,5 cêntimos por litro no caso do gasóleo.
Vem aí fim dos descontos no ISP (e os preços?)
O ministro das Finanças já garantiu que o Governo está a trabalhar numa solução para o fim dos descontos no imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (ISP), recomendado pela Comissão Europeia, que não encareça os preços dos combustíveis.
"Procuraremos momentos de redução dos preços, para poder reverter estes descontos", afirmou o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, quando apresentou a proposta de Orçamento do Estado para 2026, em Lisboa.
O governante apontou que esta questão é colocada pela Comissão Europeia desde 2023, tendo sido "o único reparo" que a instituição fez na avaliação do Programa Orçamental de Médio Prazo, em outubro do ano passado, e numa nova carta recebida em junho, a instar o Governo a acabar com os descontos no ISP.
O ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, tinha já admitido "ajustamentos" no preço dos combustíveis.
Como está o petróleo nos mercados internacionais?
A cotação do barril de petróleo Brent para entrega em dezembro terminou na segunda-feira no mercado de futuros de Londres em baixa de 0,46%, para os 61,01 dólares.
O crude do Mar do Norte, de referência na Europa fechou a sessão no International Exchange a cotar 28 cêntimos abaixo dos 61,29 dólares com que encerrou as transações na sexta-feira.
O Brent encerrou a semana passada com perdas de três por cento e hoje manteve a tendência, chegando mesmo a cotar durante o dia nos 60,13 dólares.
A cotação está a descer dadas as preocupações dos investidores com um cenário de excesso de oferta no mercado, que se somaram às relativas a um arrefecimento económico resultante das tensões económicas e alfandegárias entre EUA e China.
"As débeis projeções de crescimento e a transição energética na China e os EUA estão a prejudicar as perspetivas do crude, agravadas pelas tensões entre EUA e China", considerou Razan Hilal, da Forex.
Na sua análise semanal, esta analista acrescentou que "os preços do petróleo continuam a descer para mínimos anuais, em contexto de excesso de oferta, procura fraca e preocupações alfandegárias", advertindo ainda para a possibilidade de que a situação se agravar até ao final do ano.
Na semana passada, a Agência Internacional de Energia previu um arrefecimento no crescimento do consumo, enquanto constatou um aumento "massivo" da produção em setembro, devido ao aumento da oferta dos membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados, como a Federação Russa, juntos no designado OPEP+.
O Brent, que chegou a superar os 70 dólares por barril no final de setembro, conheceu uma queda da cotação de quase dez dólares em menos de um mês, depois de o prémio de risco geopolítico ter diminuído com a evolução da situação na Faixa de Gaza e Ucrânia.
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