Brasil: Vendas recuam nos bares e restaurantes após 8 mortos com metanol
- 20/10/2025
"O alto índice de inflação que restringiu a renda da população e o impacto dos casos de intoxicação por metanol, que espalhou pânico entre os consumidores e provocou uma queda na movimentação de alguns estabelecimentos", explicam a descida, explicou o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci.
Segundo dados do relatório mensal hoje divulgado, as vendas apresentaram uma retração de 3,9% se compararmos com setembro de 2024, após uma sequência de três meses de estabilidade.
De acordo com o último balanço do Governo, o Brasil tem 41 casos confirmados de intoxicação por metanol, 107 estão em investigação e há ainda oito mortos confirmados.
Na sexta-feira, as 36 ampolas do antídoto fomepizol doadas por Portugal chegaram a São Paulo, com a entrega a ser realizada pelo cônsul geral de Portugal em São Paulo, António Pedro Rodrigues da Silva.
"Felizmente tínhamos algumas unidades em 'stock'. Quando recebemos o pedido do Brasil, acionámos os nossos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Saúde, o Instituto Camões e o Infarmed, e decidimos doar de forma emergencial, como um gesto de solidariedade ao país irmão. Esperamos contribuir para salvar vidas e enfrentar este momento de emergência em saúde", disse o embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos
Com a doação portuguesa, o 'stock' estratégico nacional passa a contar com 1.036 ampolas de fomepizol.
Em causa está a falsificação de bebidas alcoólicas para serem comercializadas.
Em entrevista à TV Brasil, o diretor de comunicação da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) afirmou que o metanol importado pelo crime organizado para adulterar combustíveis pode ter sido desviado para distribuidoras de bebidas, estando na origem dos recentes casos de intoxicação em São Paulo.
Esse desvio ter-se-á intensificado após a Operação Carbono Oculto, que em agosto desmantelou um esquema de fraude e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis.
Com empresas e transportadoras ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC) interditadas, acabou por ser escoado também para destilarias ilegais, denunciou o responsável.
A partir de setembro, "pacientes intoxicados apresentaram histórico de ingestão de bebidas destiladas em cenas sociais de consumo alcoólico, incluindo bares, e com diferentes tipos de bebida, como gin, whisky e vodka", disse o Governo brasileiro.
Leia Também: Brasil investiga 156 casos de intoxicação por bebidas adulteradas