Brasil prevê investimentos de 48 mil milhões com exploração de petróleo
- 20/10/2025
De acordo com um comunicado do Ministério de Minas e Energia, existe "potencial para abrir uma nova fronteira exploratória para o país, com estimativas de investimentos da ordem de 300 mil milhões de reais [48 mil milhões de euros] e arrecadação estatal de mais de um bilião de reais (160 mil milhões de euros] nas próximas décadas.
Segundo o Governo brasileiro, "a previsão é que a atividade gere mais de 300 mil empregos diretos e indiretos, fortalecendo a economia local e ampliando as receitas de 'royalties'".
As autoridades brasileiras consideraram que a Petrobras demonstrou segurança nas operações, já que "montou a maior estrutura de resposta do país, com 13 embarcações à disposição para apenas um poço".
Minutos após ser conhecida a decisão, o ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, já tinha comemorado a aprovação: "a Margem Equatorial representa o futuro da nossa soberania energética. O Brasil não pode abrir mão de conhecer seu potencial".
Ainda assim o ministro brasileiro garantiu que o Governo fez "uma defesa firme e técnica para garantir que a exploração seja feita com total responsabilidade ambiental, dentro dos mais altos padrões internacionais, e com benefícios concretos para brasileiras e brasileiros".
O Governo brasileiro encabeçado por Lula da Silva tem considerado que o desenvolvimento das atividades de exploração e produção de petróleo e gás devem caminhar lado a lado com políticas de descarbonização e expansão dos biocombustíveis e que a produção de hidrocarbonetos pode ajudar a pagar a conta rumo à transição energética.
A petrolífera estatal brasileira Petrobras anunciou hoje que obteve licença ambiental para perfurar um poço em águas profundas na Foz do Amazonas, numa decisão que tem sido apoiada pelo Presidente brasileiro e criticada por vários ambientalistas.
Em comunicado, a Petrobras indicou ter recebido a licença ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) "para a perfuração de um poço exploratório no bloco FZA-M-059, localizado em águas profundas do Amapá, a 500 quilómetros da Foz Rio Amazonas e 175 quilómetros da costa, na Margem Equatorial brasileira".
A sonda já se "encontra na locação do poço e a perfuração está prevista para ser iniciada imediatamente, com a duração estimada de cinco meses".
Através desta pesquisa exploratória, a Petrobras "busca obter mais informações geológicas e avaliar se há petróleo e gás na área com escala económica".
"Não há produção de petróleo nesta fase", detalhou a empresa no comunicado, sobre a autorização de perfuração, decisão que surge a menos de um mês da cidade amazónica de Belém do Pará acolher a conferencia das Nações Unidas para o Clima (COP30).
A exploração de hidrocarbonetos na região é vista com preocupação por organizações não governamentais e por ativistas ambientais devido ao impacto que um possível derrame pode ter na área, considerada extremamente sensível a questões socioambientais.
O Presidente do Brasil, Lula da Silva, tem defendido repetidamente a necessidade de autorizar a Petrobras a explorar potenciais campos, argumentando que as receitas resultantes podem financiar a transição energética do país.
Tem repetido que o Brasil não pode "abrir mão do petróleo brasileiro para os outros explorarem".
A autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), segundo o Governo brasileiro, "marca um avanço decisivo na exploração da Margem Equatorial, considerada uma das novas fronteiras mais promissoras do setor de petróleo e gás no mundo, com potencial de 10 mil milhões de barris recuperáveis".
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