Barcos de "cartéis terroristas" narcotraficantes não são só venezuelanos
- 06/11/2025
"Estamos a rebentar com cartéis terroristas e estamos a rebentar com barcos ligados ao regime de [Nicolás] Maduro na Venezuela e a outros. Vejam, não é só a Venezuela, estão a acontecer muitas coisas", disse Trump no Fórum Empresarial Americano (ABF) em Miami.
Trump, que não esclareceu a que outros países se referia, defendeu os ataques, que desde 01 de setembro mataram pelo menos 66 pessoas em cerca de 20 barcos nas Caraíbas e no Pacífico, afirmando que cada ataque salva 25 mil norte-americanos vítimas do narcotráfico.
Depois de na semana passada o The Wall Street Journal, o The New York Times e o The Miami Herald darem conta de que as forças norte-americanas estariam a ponderar ataques militares dentro da Venezuela, a NBC noticiou segunda-feira que Trump pondera ataques militares contra cartéis em território mexicano.
"A Venezuela esvaziou as suas prisões dentro do nosso país. (...) Estamos a libertar as nossas cidades do flagelo do crime violento, tornando o nosso país novamente seguro e belo", declarou o líder republicano.
Afirmou ainda que o seu governo está a "prender e a remover milhares e milhares de membros de gangues perigosos", incluindo membros dos cartéis MS-13 e do Tren de Aragua.
Antes do seu discurso, a líder da oposição venezuelana e vencedora do Prémio Nobel da Paz de 2025, Maria Corina Machado, endossou a estratégia norte-americana, afirmando que "Maduro começou esta guerra e o Presidente Trump está a terminá-la".
"A estratégia do Presidente Trump em relação a esta estrutura criminosa e narcoterrorista está absolutamente correta, porque Nicolás Maduro não é um chefe de Estado legítimo; é o chefe desta estrutura narcoterrorista que trava uma guerra contra o povo venezuelano", disse Machado numa intervenção por vídeo.
O Departamento de Defesa norte-americano anunciou na terça-feira mais um ataque contra uma embarcação alegadamente operada por uma organização terrorista no leste do oceano Pacífico, confirmando a morte de duas pessoas.
"Vamos localizar e destruir todas as embarcações que pretendam traficar droga para os Estados Unidos com o objetivo de envenenar os nossos cidadãos", disse o secretário da Defesa norte-americano, ao confirmar o novo ataque.
Peter Hegseth informou que a operação decorreu na terça-feira, em águas internacionais do Pacífico, perto da Colômbia, e que os serviços de informações "confirmaram que a embarcação estava envolvida no tráfico ilícito de droga, que navegava numa rota conhecida por este tipo de atividade e que transportava estupefacientes".
Os ataques e as questões que levantam do ponto de vista dos direitos, liberdades e garantias, incluindo direitos humanos, têm suscitado a condenação de várias organizações internacionais, inlcuindo do alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, que os considerou "inaceitáveis".
A campanha é apresentada pelos EUA como uma luta contra o tráfico de drogas, mas aumentou também tensões regionais, especialmente com a Colômbia e a Venezuela, com Caracas a acusar Washington de estar a preparar um ataque militar.
No domingo, numa entrevista no programa "60 Minutes" da CBS, Donald Trump disse que "não acredita" que os Estados Unidos entrarão em guerra com a Venezuela, mas evitou confirmar ou negar se o seu governo tem planos de ataque.
Entretanto, Trump enviou para as Caraíbas o USS Gerald R. Ford, o maior e mais sofisticado porta-aviões norte-americano.
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