Andy Robertson longe de esquecer morte de Diogo Jota: "Provavelmente..."
- 05/09/2025
Andy Robertson era um dos melhores amigos de Diogo Jota no Liverpool. Em declarações citadas, na quinta-feira, pela estação televisiva BBC, o jogador escocês assumiu que o balneário dos reds "provavelmente nunca" vai conseguir superar a morte do português.
"Acho que ninguém consegue se importar com futebol quando coisas assim acontecem. Foi um choque enorme. Foi devastador para a família dele, em primeiro lugar, mas obviamente também foi devastador para nós, como grupo de companheiros. Coloca a vida em perspetiva, mostra o que é realmente importante: passar tempo com a família, com os filhos, porque nunca sabemos o que está à nossa espera", começou por dizer o esquerdino.
"É a coisa mais difícil pela qual já passámos. Perder um dos meus amigos mais próximos foi extremamente difícil e é algo que provavelmente nunca superaremos, mas é algo que temos de carregar connosco. Temos de carregar as memórias que temos e, enquanto continuarmos a fazer isso, elas estarão sempre nos nossos pensamentos. Ele estará sempre nos nossos corações", prosseguiu.
Com a chegada de Milos Kerkez a Anfield Road, Robertson sabia que ia perder o lugar no onze de Arne Slot. Ainda assim, o jogador decidiu continuar no Liverpool.
"Isso não influenciou a minha decisão. A decisão já tinha sido tomada antes da tragédia, mas eu sabia naquele momento que o clube precisava de mim. Sei que sou um dos líderes da equipa e, obviamente, agora fui nomeado vice-capitão", vincou, antes de lançar as bases para a temporada do emblema britânico.
"Esta temporada vai ser muito difícil. Sei que o futebol era irrelevante, mas mesmo tirando o futebol da equação, mesmo como rapazes no balneário, todos nós vamos precisar de ajuda durante a temporada. Já passámos por momentos difíceis, como a primeira vez diante dos adeptos, ter de ir ao funeral de um colega de equipa, o que é uma loucura só de pensar, e tudo o resto que se seguiu", sustentou Robertson-
"Sei que os líderes naquele balneário têm um grande trabalho a fazer em termos de tentar ajudar toda a gente como clube e até a família do Diogo neste momento extremamente difícil. Não vai ficar mais fácil, mas talvez possamos amenizar um pouco a dor com o passar do tempo. Cabe a nós, como líderes, tentar guiar-nos através disso", finalizou.
Tragédia abalou o mundo do futebol
Recorde-se que, no passado dia 3 de julho, Diogo Jota encontrava-se a caminho de Inglaterra, na companha do irmão André Silva, já depois de ter sido aconselhado a deslocar-se de automóvel (e só depois de ferry), em vez de avião, por motivos de saúde. Em função da mais recente intervenção cirúrgica aos pulmões a que foi submetido, já depois da conquista de Portugal na Liga das Nações, o ex-avançado do Liverpool recebeu indicação para não fazer a deslocação de avião, de forma a evitar a pressão da cabine, pelo que o plano passava por chegar a Santander, em Espanha, partindo num barco com destino a Portsmouth, num percurso de cerca de 30 horas.
O fatal acidente aconteceu na A-52, na zona de Zamora, a cerca de 350 quilómetros desse local, na sequência de um despiste que terá sido causado pelo rebentamento de um pneu, enquanto era realizada uma ultrapassagem, seguindo-se um incêndio. Os últimos resultados da investigação da Guarda Civil espanhola apontaram ainda para um possível excesso de velocidade.
O funeral aconteceu no passado dia 5 de julho, em Gondomar, num momento que atraiu muitas personalidades ligadas ao mundo do desporto, desde os plantéis de Liverpool e Penafiel (onde jogavam Diogo Jota e André Silva, respetivamente) a diversos internacionais portugueses. As homenagens multiplicaram-se desde então e, há sensivelmente duas semanas, o conjunto liderado por Arne Slot não esqueceu o antigo jogador, num jogo particular frente ao Preston North End, com momentos arrepiantes.
Diogo Jota representava atualmente o emblema de Anfield, onde jogava desde a temporada 2020/21, tendo disputado 182 jogos pelos reds e marcado 62 golos. Em Portugal, o minhoto jogou com a camisola do Paços de Ferreira antes de ser transferido para o Atlético de Madrid, altura em que foi emprestado ao FC Porto, onde ficou apenas uma temporada antes de ser novamente emprestado para Inglaterra, para representar o Wolverhampton, que militava no Championship, tendo ficado a título definitivo por uma quantia de 14 milhões de euros.
Depois de mais duas temporadas ao serviço do Wolves, rumou a Liverpool por cerca de 45 milhões de euros, onde tinha estado nas últimas cinco temporadas (com destaque para a conquista da mais recente Premier League), enquanto se prepara para iniciar a sexta época pelo clube de Anfield. Tudo aconteceu após um mês em que o antigo avançado, de 28 anos, conquistou a sua segunda Liga das Nações, ao serviço de Portugal, para além de se ter casado no passado dia 22 de junho, deixando três filhos, na sequência do fatal acidente.
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