Ales Bialiatski foi libertado (e chegou à Lituânia): "A luta continua"
- 14/12/2025
"O Prémio Nobel não me foi concedido pessoalmente, mas a todos os ativistas bielorrussos e a todo o povo bielorrusso que defendem a democracia e os direitos humanos na Bielorrússia", comentou, segundo o portal Medusa, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
O defensor dos direitos humanos, de 63 anos, sublinhou que a luta para que a antiga república soviética, presidida pelo autoritário Alexander Lukashenko desde 1994, seja um país livre "não está a ser fácil".
Comentou que na noite passada ainda se encontrava "no beliche de uma cela" juntamente com outros 40 prisioneiros.
"E agora estou em liberdade. É claro que as sensações que tenho agora são um pouco confusas. Mas acho que em breve me habituarei e aceitarei como um facto que sou livre e estou em liberdade", disse.
O Nobel da Paz encontrou-se com a líder opositora bielorrussa, Sviatlana Tsihanouskaya, à chegada a Vilnius, conforme mostrou a própria numa publicação nas redes sociais, acompanhada por um vídeo em que os dois se abraçam.
"Maravilhoso receber [o] defensor dos direitos humanos e laureado com o Prémio Nobel da Paz, Ales Bialiatski, finalmente em liberdade", escreveu.
Wonderful to welcome @viasna96 human rights defender and Nobel Peace Prize laureate Ales Bialiatski in freedom at last. pic.twitter.com/cPnWdxYgi9
— Sviatlana Tsikhanouskaya (@Tsihanouskaya) December 13, 2025
Bialiatski, a quarta pessoa a receber o prémio Nobel da Paz na prisão, foi condenado em 2023 a dez anos de prisão, embora tivesse sido detido dois anos antes e tivesse cumprido outros três anos entre 2011 e 2014.
Lukashenko perdoou "123 cidadãos de diferentes países condenados ao abrigo das leis da República da Bielorrússia por vários crimes, incluindo espionagem, terrorismo e atividades extremistas", anunciou hoje a presidência bielorrussa.
As libertações ocorreram em troca do levantamento das sanções norte-americanas sobre a indústria bielorrussa da potassa, uma das maiores fontes de rendimento do país, que tinham sido impostas pela administração anterior, do democrata Joe Biden.
Entre os libertados está também a música e líder da oposição, Maria Kolesnikova, 43 anos, que foi condenada em 2011 a onze anos de prisão.
A opositora mostrou-se "incrivelmente feliz", principalmente por ver os olhos das pessoas que ama e "sentir-se livre", mas apelou à libertação de centenas de presos políticos ainda no país da Europa de Leste aliado à Rússia.
"Penso nas pessoas que ainda não estão livres e estou à espera daquele momento em que todos possamos abraçar-nos, em que todos possamos ver-nos e em que todos seremos livres", disse, a partir da Ucrânia, num vídeo transmitido pelo programa do governo ucraniano "Quero viver".
Já o banqueiro Víktor Babariko, detido antes de registar a sua candidatura presidencial em 2020, comentou que foi preso há cinco anos "por tentar melhorar a vida na Bielorrússia".
E recordou o seu filho, que continua atrás das grades e que declarou na altura que foi condenado "por causa do apelido".
Em setembro, os EUA já tinham levantado as sanções contra a companhia aérea estatal bielorrussa, Belavia, sancionada em 2022, também na administração Biden.
A normalização entre os dois países começou em agosto, quando Lukashenko conversou por telefone com o Presidente dos EUA, Donald Trump, que pediu ao líder bielorrusso que libertasse todos os presos políticos, que as organizações estimam em mais de mil.
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