Agentes federais lançam nova onda de combate à imigração em Nova Orleães
- 04/12/2025
Os agentes patrulharam um subúrbio com forte presença de imigrantes hispânicos em veículos identificados, mas também noutros não identificados, e um residente disse à agência de notícias Associated Press que viu alguns deles a prenderem homens fora de uma loja, uma cena que se repetiu em várias grandes cidades nos últimos meses.
"Eles tentaram atravessar a rua, mas foram apanhados", disse Jody Styles, que afirmou estar num posto de gasolina perto do Lowe's quando as autoridades chegaram.
O comandante da Patrulha da Fronteira, Gregory Bovino, que liderou as operações de fiscalização em Chicago, Los Angeles e Charlotte, na Carolina do Norte, encontrou-se hoje com agentes reunidos num parque de estacionamento da Home Depot.
Mais de 200 funcionários da Alfândega e Proteção de Fronteiras e do Serviço de Imigração e Fiscalização Aduaneira dos EUA estão a trabalhar na operação de Nova Orleães, de acordo com um responsável norte-americano que não estava autorizado a discutir o assunto publicamente.
O objetivo é prender o maior número possível durante pelo menos 60 dias.
A secretária adjunta do Departamento de Segurança Interna, Tricia McLaughlin, disse em comunicado que a operação em Nova Orleães está a visar imigrantes que foram libertados após detenções por crimes como invasão de residência, roubo à mão armada e violação.
Desde janeiro, os agentes de imigração têm percorrido grandes cidades e pequenas localidades em todo o país, no âmbito dos esforços agressivos de deportação em massa da administração do Presidente republicano dos EUA Donald Trump.
Também é esperada outra operação nos próximos dias em Minnesota, visando imigrantes somalis. As táticas de execução desta política foram recebidas com protestos e processos judiciais.
O medo e a incerteza têm afetado bastante a comunidade imigrante em Nova Orleães, uma cidade americana única, conhecida como o berço do jazz e pelas suas celebrações de Mardi Gras, bem como pela sua rica mistura de culturas francesa, espanhola, africana e nativa americana.
Um comboio de veículos identificados e não identificados passou lentamente por postos de gasolina e um Walmart em Kenner, um subúrbio com a maior concentração de residentes hispânicos de qualquer cidade do estado.
A certa altura, os agentes pararam e falaram com um homem que estava a cortar a relva antes de continuarem.
Noutro bairro, cerca de uma dúzia de agentes rodearam uma casa onde um homem estava no telhado, à espera que os oficiais se retirassem.
A comunidade imigrante prepara-se e alguns proprietários de negócios em áreas fortemente hispânicas dizem que permanecerão fechados até ao fim da operação.
Outras lojas têm sinais a proibir a entrada de agentes federais de imigração.
Na porta do Los Hondureños, um restaurante em Kenner, foi colocado um bilhete manuscrito a avisar que fecharia até novo aviso. Termina assim: "Obrigado, os Hondurenhos."
Nova Orleães dependia de milhares de trabalhadores latinos que ajudaram a reconstruir a cidade após o Furacão Katrina. Mas, agora não escapou às tensões crescentes em torno da imigração.
No início desta semana, dezenas de pessoas saíram às ruas, apesar da chuva e do tempo frio, para protestar contra a repressão iminente.
A Procuradora-Geral Pam Bondi acusou Nova Orleães de minar a fiscalização federal da imigração. O Departamento de Justiça inclui Nova Orleães numa lista de 18 cidades que considera estar a oferecer refúgio a imigrantes sem estatuto legal.
As autoridades de Nova Orleães negam que as políticas da cidade dificultem a fiscalização federal da imigração.
A chefe da polícia da cidade, Anne Kirkpatrick, afirmou que considera a fiscalização da imigração uma questão civil fora da sua jurisdição. "Vai durar até os tirarmos todos da rua", afirmou.
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