Adolescentes pensam em matar? Pais, estejam atentos a estes sinais!

  • 23/10/2025

Os pedidos de ajuda por parte dos pais têm aumentado. Os dados mais recentes da Associação Portuguesa do Apoio à Vítima revelam que há cada vez mais pais a pedir ajuda após serem agredidos pelos filhos.

 

Um exemplo recente que está a chocar o país é o do caso da vereadora de Vagos Susana Gravato que morreu na terça-feira pelas mãos do filho, um jovem de 14 anos, sem que nada o fizesse prever. O adolescente terá confessado ter matado a mãe com disparos na cabeça a partir de uma arma de fogo que pertencia ao pai. Montou o cenário do crime por forma a parecer que se tinha tratado de um assalto. A família seria unida, segundo relatam pessoas próximas, e o jovem terá apresentado como motivos para matar a mãe o facto de a mesma ser exigente e de o irritar.

A este propósito, o Notícias ao Minuto conversou com a psicóloga Andreia Filipe Vieira, que clarificou os sinais que os jovens com indícios de violência apresentam e que os podem levar a cometer crimes, como matar, alertando os pais para estarem atentos e para procurarem ajuda profissional.

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O que leva os jovens a ter este tipo de comportamentos?

Quando faltam referências estáveis, espaço para o diálogo e contenção emocional, a agressividade (que é uma força natural, pode transformar-se em violência e destruição). Para além disso, em casos trágicos como este, existe a possibilidade de se tratar de um caso em que possa existir uma questão de saúde mental grave e mesmo patológica, como perturbação antissocial da personalidade/psicose. Não deixo ainda de reforçar que, a influência da própria sociedade, o isolamento dos jovens, o fácil acesso à tecnologia, e por vezes pouco controlado, pode ter influência nestes comportamentos.

Antes de um ato extremo, há sinais de sofrimento psíquico que se manifestam de diferentes formas (...) São sinais que não devem ser interpretados de forma literal, mas escutados com atenção e empatia

Há jovens com mais fatores de risco do que outros?

Existem, sim, contextos que aumentam a vulnerabilidade psíquica: famílias desestruturadas, histórias de perda precoce, negligência afetiva, ausência de limites consistentes ou exposição a violência. Mas é importante sublinhar que cada caso é singular (não é a experiência em si que determina o destino, mas a forma como o sujeito consegue simbolizá-la, isto é, dar-lhe um sentido interno com o apoio de figuras significativas).

Os jovens apresentam sinais de que o podem vir a fazer?

Em regra, sim. Antes de um ato extremo, há sinais de sofrimento psíquico que se manifestam de diferentes formas (isolamento, apatia, irritabilidade, retraimento ou explosões de raiva sem motivo aparente). O jovem pode mostrar dificuldade em ligar-se afetivamente aos outros, em confiar, ou expressar fantasias de morte ou de vingança. São sinais que não devem ser interpretados de forma literal, mas escutados com atenção e empatia.

A violência muitas vezes surge quando o sujeito deixa de acreditar que pode ser escutado

Como é que estas situações podem ser evitadas?

Mais do que “evitar”, é fundamental escutar e compreender. A prevenção passa por criar espaços onde os jovens se sintam vistos, ouvidos e reconhecidos na sua dor, sem julgamento. A escola, a família e os serviços de saúde mental devem trabalhar em conjunto para oferecer um lugar de palavra, onde o que é vivido internamente possa ser transformado em pensamento e não em ato.

A violência muitas vezes surge quando o sujeito deixa de acreditar que pode ser escutado. Este acontecimento, deve servir de alerta para o que se tem visto sucessivamente, maior agressividade em contexto escolar, maior agressividade entre colegas. Deve-se compreender que os jovens precisam de limites, seja em casa e na escola, seja na forma como utilizam as tecnologias e acesso à internet, quando a sua mente ainda está em fase de desenvolvimento e existe uma influência direta daquilo que veem e experienciam. 

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FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/lifestyle/2875618/criancas-pensam-em-matar-pais-estejam-atentos-a-estes-comportamentos#utm_source=rss-ultima-hora&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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