75% da população de Gaza continua em risco de insegurança alimentar

  • 20/12/2025

Após a entrada em vigor do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que foi impulsionado por Washington e começou no passado dia 10 outubro, António Guterres destacou que um maior número de pessoas agora tem acesso a alimentos, com a preparação diária de mais de 1,5 milhões de refeições quentes e a distribuição de pacotes de assistência alimentar em todo o enclave palestiniano.

 

Contudo, de acordo com o líder da ONU, cerca de 1,6 milhões de pessoas enfrentam ainda níveis extremos de insegurança alimentar e riscos críticos de desnutrição.

Guterres salientou também os avanços no acesso à água potável, a reabertura de alguns centros de saúde e a rápida resposta humanitária após as recentes tempestades de inverno, com a entrega de tendas, cobertores e roupas.

O secretário-geral das Nações Unidas sublinhou que estes avanços são fruto do trabalho dos atores humanitários e dos Estados, mas advertiu que os progressos estão sob "perigo constante".

Ainda hoje foi referido num novo relatório da Classificação Integrada de Fases da Segurança Alimentar (IPC, na sigla em inglês), um organismo ligado à ONU, que "uma análise mais recente indica uma melhoria notável na segurança alimentar e nutricional" no enclave palestiniano.

Quanto ao plano de paz impulsionado por Washington, o secretário-geral da ONU defendeu que "é essencial avançar para a segunda fase", uma vez que acredita que não devem existir "pretextos para o evitar".

"Creio, obviamente, que é muito importante que os [restos mortais de um refém israelita] que continuam desaparecidos sejam encontrados e devolvidos à sua família, mas creio também que é muito importante avançar no processo de paz", explicou.

Assim, sublinhou que "não se trata apenas da segunda fase, mas de garantir que a primeira fase, ou seja, o cessar-fogo, seja totalmente aplicada", em referência aos ataques israelitas que continuam apesar do acordo.

"A situação é muito tensa. Por isso, pedimos consistentemente uma redução das tensões, um diálogo e um respeito total pelo Direito Internacional", adiantou.

Guterres expressou a sua consternação com a magnitude do sofrimento civil, com famílias a viver em condições extremas e crianças obrigadas a dormir em tendas inundadas, enquanto edifícios danificados pelos bombardeamentos desabam devido à chuva e ao vento.

Também frisou que os serviços básicos --- água, saneamento, hospitais e padarias --- continuam a ser recuperados devido à destruição e às restrições à entrada de materiais, e lembrou que em mais da metade do território, onde tropas israelitas permanecem destacadas, vastas áreas agrícolas e bairros inteiros estão inacessíveis.

O secretário-geral reiterou a necessidade urgente de um cessar-fogo "verdadeiramente duradouro", mais postos fronteiriços abertos, o levantamento das restrições a bens essenciais, rotas seguras dentro de Gaza, financiamento sustentado e acesso sem entraves para as organizações humanitárias, incluindo as organizações não-governamentais (ONG).

Alertou ainda sobre a rápida deterioração da situação na Cisjordânia, com um aumento da violência dos colonos, confiscações de terras, demolições e deslocamentos forçados.

No âmbito do cessar-fogo, Israel e Hamas comprometeram-se com trocas de prisioneiros e reféns, retirada parcial das forças israelitas da Faixa de Gaza e acesso de ajuda humanitária ao enclave.

Israel recusa-se porém a avançar para as próximas fases do acordo proposto por Washington enquanto não recuperar o último corpo da lista de 20 reféns vivos e 28 mortos a devolver pelo Hamas ao abrigo do entendimento.

Além do desarmamento do Hamas e do destacamento de uma força de estabilização (já aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU), cuja composição depende de um sensível entendimento entre as partes, as etapas seguintes do acordo incluem outras medidas, nomeadamente o afastamento dos islamitas da gestão do território e a criação de um Conselho da Paz, a ser dirigido como administração transitória pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, também já aprovado pelo Conselho de Segurança.

A guerra em Gaza foi desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.

A retaliação de Israel provocou mais de 70 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

Leia Também: Maduro discute com Guterres "escalada das ameaças" de Washington

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2907507/75-da-populacao-de-gaza-continua-em-risco-de-inseguranca-alimentar#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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