Rei de Espanha recebe presidente da Autoridade Palestiniana na próxima semana
- 06/12/2025
Mahamoud Abbas, "Presidente do Estado da Palestina", será recebido no Palácio da Zarzuela, segundo a Casa Real.
Será a primeira vez que Felipe VI se encontra com Abbas desde que Espanha reconheceu oficialmente o Estado da Palestina, em maio de 2024.
Meses depois desse reconhecimento, em 19 de setembro de 2024, Mahamoud Abbas visitou Espanha e reuniu-se com o primeiro-ministro, Pedro Sánchez.
Felipe VI e Mohamoud Abbas já se reuniram no passado, em novembro de 2017, durante uma visita do líder palestiniano a Espanha durante a qual teve encontros com o chefe de Estado e com o então primeiro-ministro, Mariano Rajoy.
Na próxima semana, depois da viagem a Espanha, o presidente da Autoridade Nacional Palestiniana passará por Itália e participará no encontro anual do partido pós-fascista Irmãos de Itália, da primeira-ministra Giorgia Meloni, que começa no sábado em Roma e se prolonga até 14 de dezembro.
Organizada anualmente pelas alas jovens dos partidos de direita italiana desde 1998 -- e desde 2014 pela Juventude Nacional, a secção jovem dos Irmãos de Itália -, a festa chama-se «Atreju» e tem tradicionalmente convidados estrangeiros, que já incluíram o Presidente argentino, Javier Milei, e o magnata norte-americano Elon Musk.
A edição deste ano, que decorrerá nos jardins do Castelo de Santo Ângelo, em Roma, contará com a participação de Abbas, com quem Meloni tem mantido contactos regulares nos últimos meses, por telefone e pessoalmente, o último dos quais há menos de um mês, num encontro realizado no Palácio Chigi, sede do Governo italiano.
Abbas voltará a reunir-se com a primeira-ministra italiana no Palácio Chigi a 12 de dezembro, sendo provavelmente nesse dia que participará na festa de Atreju, segundo os organizadores, que anunciaram também a presença de um refém israelita raptado pelo Hamas e posteriormente libertado, Rom Braslavski, que contará a sua história de cativeiro, que durou 738 dias.
Itália é um dos países que ainda não reconheceu o Estado palestiniano, apesar dos pedidos de Abbas nesse sentido, tendo já o Governo de Meloni indicado que o fará em breve, mas impondo como condição prévia a destituição do grupo islamita Hamas de qualquer forma de participação no governo da Faixa de Gaza.
Espanha foi um dos primeiros países europeus a reconhecer o Estado da Palestina depois do início da ofensiva militar de Israel no território palestiniano da Faixa de Gaza, em outubro de 2023, em resposta a um ataque do Hamas.
Na assembleia-geral das Nações Unidas deste ano, em setembro passado, o Rei Felipe VI, num discurso alinhado com o Governo, pediu a Israel para acabar com "o massacre" e os "atos aberrantes" na Faixa de Gaza, considerando ser difícil de entender que estejam a ser cometidos em nome de um povo que "sofreu tanto".
"Clamamos, imploramos, exigimos: parem já com este massacre", disse Felipe VI, que considerou não ser possível "ficar em silêncio nem olhar para o outro lado" perante "atos aberrantes" que "repugnam a consciência humana e envergonham o conjunto da comunidade internacional".
Foi a primeira vez numa década que Felipe VI falou na Assembleia-Geral da ONU, com o discurso de Espanha a ser normalmente assumido pelo chefe de Governo.
A guerra em curso em Gaza foi iniciada quando o Hamas atacou solo israelita a 07 de outubro de 2023, provocando 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar que provocou mais de 70 mil mortos, na maioria civis palestinianos, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do território, um desastre humanitário e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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