Nicolás Maduro agradece apoio do Brasil… em 'portunhol': "Saiam às ruas"
- 06/12/2025
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, agradeceu, na quinta-feira, o apoio do Brasil, pedindo para que os brasileiros saiam às ruas para ajudar a Venezuela.
"Muito obrigado, Brasil. Muito obrigado, MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra]. A luta continua, a vitória é nossa. Viva a comunidade do povo brasileiro, viva a unidade com o povo venezuelano. Povo do Brasil, saiam às ruas para apoiar a Venezuela na sua luta pela paz e soberania", começou por dizer, em 'portunhol', durante uma entrevista num programa de televisão.
E acrescentou: "Estou a dizer-vos toda a verdade: Temos o direito à paz com soberania. Viva o Brasil".
De recordar que, de há uns meses para cá, a tensão entre a Venezuela e os Estados Unidos têm vindo a aumentar, depois de o presidente norte-americano ter ordenado um grande destacamento militar no mar das Caraíbas.
URGENTE - Ditador Maduro agradece, em português, o apoio do Brasil e do MST, pedindo que os brasileiros saiam às ruas para ajudar a Venezuela
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) December 5, 2025
“Povo do Brasil, saiam às ruas para apoiar a Venezuela em sua luta pela paz e soberania.” pic.twitter.com/GsVFxkgl4s
Trump justificou estas operações acusando Caracas de estar por detrás do tráfico de droga que inunda o mercado norte-americano, mas Nicolás Maduro negou estas acusações e considerou que Washington está a usar um pretexto para o derrubar, provocar uma mudança de regime na Venezuela e apoderar-se das reservas de petróleo do país.
Já esta sexta-feira, a administração norte-americana, liderada por Donald Trump, alertou para o perigo de "extinção civilizacional" da Europa, caso se mantenham as "tendências atuais" e defende a "restauração da supremacia" dos EUA na América Latina.
"Se as tendências atuais continuarem, o continente [Europa] vai ficar irreconhecível dentro de 20 anos ou menos", lê-se no documento de 33 páginas, analisado pela agência de notícias francesa AFP, onde é defendida a "restauração da supremacia" dos EUA na América Latina.
Trump, no prefácio, resume: "Pomos a América em primeiro lugar em tudo o que fazemos".
Quem é Nicolás Maduro?
Autoproclamado "presidente operário", Nicolas Maduro apela agora, enquanto vencedor de umas eleições presidenciais que a oposição venezuelana e parte da comunidade internacional consideram novamente fraudulentas, aos seus aliados de sempre: os militares e o povo a que diz pertencer.
Maduro recebeu formação revolucionária em Cuba, foi condutor de autocarros e fez o início da carreira política nos sindicatos dos transportes públicos, até se tornar um delfim do falecido presidente Hugo Chávez e seguir as suas pisadas até se tornar chefe de Estado da Venezuela.
No topo deste percurso, Maduro nunca se esqueceu de agradecer ao que sabe ser o seu melhor trunfo político: o exército, a quem, em múltiplos discursos, reconhece "a lealdade e disciplina".
Quando, em 2019, tomou posse para o segundo mandato no Supremo Tribunal (porque a Assembleia Nacional lhe rejeitou legitimidade), foi ao lado das mais altas patentes militares que jurou cumprir a Constituição.
Nos governos de Hugo Chávez, os militares representavam 25% do executivo, mas com Maduro chegaram a estar presentes em metade da equipa governativa e ainda hoje controlam as áreas políticas mais sensíveis.





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