Manifestações causaram prejuízos a mineradoras no centro de Moçambique
- 06/12/2025
"Essas manifestações criaram um prejuízo de cerca de 1,5 mil milhões de meticais, um levantamento provisório, porque agora está a se avaliar a recuperação dos estaleiros. Esse valor também vai contar nos prejuízos, assim como dos equipamentos que também foram vandalizados", disse o diretor dos serviços distritais de infraestruturas na Zambézia, João Tsembane, citado hoje pela comunicação social local.
Um levantamento provisório realizado pelas autoridades moçambicanas indica que o valor calculado respeita a seis empresas que antes contribuíam "em grande medida" para as receitas da província, que depois eram alocadas para benefício das comunidades locais.
"Não só as empresas, perdeu a comunidade no geral", disse João Tsembane, lembrando que, segundo a lei, uma percentagem dos ganhos na exploração de recursos deve beneficiar as comunidades locais.
O diretor provincial referiu que as receitas fiscais que deixaram de ser cobradas eram alocadas para implementar projetos de construção de infraestruturas nas comunidades e apontou perdas de emprego neste setor devido aos protestos.
Segundo João Tsembane, neste momento, algumas empresas afetadas voltaram a funcionar, mas alertou para a presença massiva de garimpeiros que invadiram as áreas concessionadas às empresas para a exploração de recursos.
"Neste momento, a província, junto de todas as instituições, como o comando provincial da polícia, está a fazer um trabalho em estudo para encontrar estratégia de como conversar com os irmãos que estão lá e que invadiram as áreas concessionadas para praticar o garimpo, no sentido de cautelar, mas sem usar a violência, porque se trata de muita gente que está lá", acrescentou o responsável.
Moçambique viveu a sua pior crise eleitoral, com manifestações convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados das eleições de outubro e 2024 que deram a vitória a Daniel Chapo como quinto Presidente de Moçambique.
Pelo menos 2.790 pessoas continuam detidas, de um total de 7.200, um ano após o início das manifestações pós-eleitorais em Moçambique, que provocaram 411 mortos, segundo dados da plataforma Decide divulgados em outubro.
Os agentes das Forças de Defesa e Segurança representam 4,2% do total dos 411 mortos (17), enquanto as crianças são 5% dos mortos (20), acrescenta-se no levantamento da Decide.
A violência em Moçambique cessou após um primeiro encontro, em março, entre o Presidente da República, Daniel Chapo, e ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que nunca reconheceu os resultados eleitorais, estando em curso um processo de pacificação que prevê o compromisso governamental de realizar várias reformas, incluindo na Constituição e leis eleitorais.
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